Valls diz que Europa não pode assumir risco de “grexit” por razões políticas

  • Por Agencia EFE
  • 07/07/2015 05h46

Paris, 7 jul (EFE).- O primeiro-ministro da França, Manuel Valls, afirmou nesta terça-feira que a Europa não pode assumir o risco de uma saída da Grécia da moeda única, sobretudo, por razões mais políticas do que econômicas.

Em entrevista à emissora de rádio “RTL”, o primeiro-ministro afirmou estar convencido de que existem as bases para o acordo, que todas as partes estavam próximas do entendimento quando o governo grego suspendeu as discussões para convocar o referendo.

“Ninguém pode dizer quais seriam as consequências políticas de um povo que se sentiria humilhado e de um país com uma história e a situação da Grécia”, disse Valls.

“Existem as bases de um acordo que é necessário, em primeiro lugar, para a Grécia, porque sua saída do euro colocaria a população em uma situação insuportável. Mas também é necessário para coesão da zona do euro e da Europa”, acrescentou.

“Esse compromisso deve incluir um esforço para que o governo grego funcione, para que haja uma tributação digna desse nome, que os investimentos possam votar ao país”, completou Valls.

Perguntado sobre o referendo, o chefe do governo francês indicou que foi uma forma de os gregos “manifestarem seu orgulho” e não para manifestarem a favor de uma saída do euro.

“É preciso escutar a mensagem, mas a Grécia tem que assumir suas responsabilidades e fazer hoje novas propostas, que passam pelas reformas indispensáveis para o país no IVA, na previdência, na criação de uma verdadeira tributação”, analisou o premiê.

O presidente da França, François Hollande, recebeu ontem a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, em Paris, para apresentar uma mensagem comum entre os dois países antes da cúpula da zona do euro que será realizada na tarde de hoje em Bruxelas.

Hollande e Merkel deixaram aberta a porta para diálogo com a Grécia após o triunfo do “não” no referendo do domingo, mas alertaram que o tempo pressiona e que só aceitarão uma proposta de Atenas “séria e crível”.

Valls criticou que tenham ampliado as divergências entre Paris e Berlim sobre a crise grega, destacando que Hollande e Merkel querem avançar juntos, pois estão “cientes de suas responsabilidades”.

O primeiro-ministro francês também assinalou que propôs ao presidente da Assembleia Nacional a organização amanhã, uma vez que se conheçam os resultados da cúpula da zona do euro, de um debate “sobre a situação do momento, sobre a posição da França” na crise grega. EFE

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