É preciso tomar muito cuidado com o financiamento habitacional

  • Por Jovem Pan
  • 04/08/2014 17h45

Pergunta da ouvinte Thatiane – Bom dia! Comprei um apto e chegou o momento de partir para o financiamento. Saldo devedor a ser financiado: R$ 234,000,00. Optei pelo financiamento direto com a construtora, que em cima desse saldo aplicou a tabela PRICE e o valor final foi dividido em 144 meses de R$ 3034,00. Agora por mês em cima desses R$ 3034,00 terá o acréscimo do IGP-M. Gostaria de saber mais sobre o juros do IGP-M e se essa escolha foi boa. Obrigada Thatiane

Denise Campos de Toledo – Agora está sendo um bom índice, mas o IGP-M é muito instável. Ele, agora, está com a variação inferior ao IPCA, a inflação oficial.

O índice tem uma boa parte da composição do preço no atacado, e ele sofre influência direta do dólar.

O IGP-M oscila muito. Tem anos em que ele fica com variação de 10% acumulada. Agora ele está em 5,32%, o que está sendo um grande negócio para quem deve e tem essa correção. O inquilino está adorando e o proprietéario está detestando esse IGP-M.

Então seria melhor como indexador o IPCA, que é a inflação oficial, aquela que o Governo trabalha para não estourar o teto da meta, não passar de 6,5%. E o IGP-M pode disparar, se houver uma variação muito forte de preços no atacado.

Como ela tem uma dívida longa, se começar a oscilar muito, talvez ela possa tentar uma revisão disso ou partir para um financiamento bancário, que dá para fazer em outras bases, com outro tipo de correção, porque daí há o juro fixo, que pode ser incorporado.

Em relação ao financiamento habitacional, é preciso tomar muito cuidado quem está comprando na construtora e depois vai precisar de um financiamento bancário. Porque, em muitos casos, os bancos não estão financiando. Antigamente era meio automático.

Agora, em muitos casos, a compra tem que até ser desfeita, porque a pessoa não comprova renda, não tem o cadastro suficiente, o valor da prestação vai ficar muito alto.

Os bancos estão segurando o crédito para trabalhar com uma margem de segurança que impeça o aumento da inadimplência.

Ela pode ir amortizando a dívida, talvez até usando o Fundo de Garantia.

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