El Salvador repatriará em breve náufrago que família acreditava estar morto

  • Por Agencia EFE
  • 04/02/2014 19h28

San Salvador, 4 fev (EFE).- El Salvador espera repatriar em breve José Salvador Alvarenga, um pescador salvadorenho que ficou à deriva por mais de um ano no oceano Pacífico e cuja família acreditava que estivesse morto porque não sabia de seu paradeiro há oito anos, afirmou nesta terça-feira a chancelaria do país centro-americano.

Alvarenga, de 37 anos, reapareceu na semana passada em um recife das Ilhas Marshall e foi transferido ontem para Majuro, capital dessa nação do Pacífico Sul, onde hoje recebeu alta de um hospital e foi levado para um alojamento temporário até sua repatriação.

A chancelaria salvadorenha está “dando toda a assistência necessária para que (Alvarenga) retorne ao país o mais rápido possível”, declarou a jornalistas o vice-chanceler para Salvadorenhos no Exterior, Juan José García.

“Ainda não temos uma data (para a repatriação), que dependerá muito do estado de saúde de Alvarenga após 13 meses de travessia pelo oceano”, acrescentou García.

Alvarenga falou nesta terça-feira por telefone com sua família em El Salvador do Hospital de Majuro, disse à agência Efe o médico Ron Mendoza, que assinalou que o sobrevivente só tem as enzimas do fígado elevadas, um problema que vinculou à inanição.

García explicou que Alvarenga receberá o passaporte salvadorenho através da consulesa honorária de El Salvador nas Filipinas, María Josefina Bayont de Duarte.

A Chancelaria já contatou a família de Alvarenga na comunidade litorânea de Guarita Palmeira, departamento de Ahuachapán, na fronteira com a Guatemala.

Os parentes de Alvarenga se mostraram emocionados e surpresos por ter sobrevivido, publicou nesta terça-feira a imprensa salvadorenha, que deu ampla cobertura ao caso.

“Não sabíamos o paradeiro de nosso filho. Há oito anos não tínhamos notícias dele. Nós aqui pensávamos que estava morto. Graças a meu Deus está vivo e nos reencontraremos muito em breve”, desabafou a mãe do pescador, María Julia Alvarenga, de 59 anos, ao jornal “El Mundo”.

O pai, José Ricardo Orellana, de 65, disse por sua vez ao “La Prensa Grafica” que “com o poder de Deus seu filho sobreviveu a tantos meses no mar”.

“Chorei ao vê-lo no computador. Não agüentei as lágrimas”, relatou Orellana ao “Diario de Hoy”, ao contar como foi ver fotos do filho na imprensa.

Segundo seus familiares, Alvarenga, o terceiro de cinco filhos, se mudou há mais de 15 anos para o México atraído pela pesca de tubarões e só retornou três vezes, a última em 2007.

O pescador teria saído do México no final de 2012 em uma expedição para pescar tubarões em águas de El Salvador junto de um companheiro que, segundo a versão do sobrevivente, morreu meses depois em alto-mar.

Eles partiram em uma embarcação de sete metros para uma viagem que se torceu por culpa de uma tempestade que os afastou do litoral e os deixou à deriva no Pacífico.

Em 30 de janeiro de 2014, o barco reapareceu em um recife perto de Ebon, um remoto atol das Ilhas Marshall, onde os aldeões encontraram Alvarenga, mas tiveram dificuldades para se comunicar com ele porque só falava espanhol.

Alvarenga disse ter sobrevivido a tantos meses em alto-mar bebendo o sangue de tartarugas quando faltava água da chuva e comendo aves e peixes que caçava com as mãos. EFE

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.