Em nota, Temer nega que solicitou pagamentos por silêncio de Cunha

  • Por Jovem Pan
  • 17/05/2017 21h35
Reprodução Michel Temer

O presidente Michel Temer divulgou no início da noite desta quarta-feira uma nota negando a denúncia de que teria sido gravado pelo dono da JBS Joesley Batista aprovando a compra de “mesada” para o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha.

De acordo com o texto, o presidente “não participou e nem autorizou qualquer movimento com o objetivo de evitar delação ou colaboração com a Justiça pelo ex-parlamentar”.

A nota confirma, no entanto, que houve um encontro entre o presidente e o empresário Joesley Batista no começo de março, no Palácio do Jaburu. Mas, de acordo com o texto, não houve no diálogo nada que comprometesse a conduta do presidente da República.

Os dados comprometedores já teriam sido apresentados ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, relator da Lava Jato na alta Corte, a quem cabe homologar o conteúdo da delação.

A reação no Congresso Nacional foi imediata. Os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício de Oliveira, encerraram as sessões imediatamente e os líderes estão reunidos. No Senado, opositores propuseram a abertura “imediatamente” de um pedido de impeachment de Michel Temer. O deputado Alessandro Molon (Rede-RJ) foi mais rápido e já protocolou um pedido de impedimento.

Confira a nota na íntegra

O presidente Michel Temer jamais solicitou pagamentos para obter o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha. Não participou e nem autorizou qualquer movimento com o objetivo de evitar delação ou colaboração com a Justiça pelo ex-parlamentar.

O encontro com o empresário Joesley Batista ocorreu no começo de março, no Palácio do Jaburu, mas não houve no diálogo nada que comprometesse a conduta do presidente da República.

O presidente defende ampla e profunda investigação para apurar todas as denúncias veiculadas pela imprensa, com a responsabilização dos eventuais envolvidos em quaisquer ilícitos que venham a ser comprovados.

Entenda o caso

Joesley Batista informa ao presidente da República que estava pagando a Cunha e ao operador Lúcio Funaro, dentro da prisão, um valor para evitar que eles fizessem delação premiada. Na gravação, Michel Temer teria dito: “tem que manter isso, viu?”.

A gravação teria sido feita em março deste ano. Eu outra gravação no mesmo mês, Temer também indica o deputado Rodrigo Rocha Lourdes (PMDB-PR) para resolver assuntos da J&F (controladora da JBS).

Uma gravação posterior, então, registrou a entrega de uma mala de R$ 500 mil em dinheiro enviada, a pedido de Joesley, para Rocha Lurdes.

Aécio

O jornal informa ainda que na delação de Joesley, o senador Aécio Neves (PSDB-MG), presidente da sigla, é gravado pedindo ao empresário R$ 2 milhões. A gravação teria sido feita pela própria Polícia Federal. A entrega do dinheiro a um primo de Aécio, também foi filmada. A destinatária seria uma empresa pertencente ao tucano mesmo Estado, senador Zezé Perrela (PSDB-MG).

O dinheiro estava marcado e as mochilas de dinheiro tinham chips e estavam sendo rastreadas, informa o repórter Jovem Pan em Brasília José Maria Trindade.

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