Enfrentamentos étnicos deixam milhares de deslocados na Índia

  • Por Agencia EFE
  • 07/01/2014 12h39

Nova Délhi, 7 jan (EFE).- Cerca de três mil pessoas fugiram de suas casas desde que os enfrentamentos entre grupos armados de etnias rivais deixaram vários mortos e feridos no final de dezembro no nordeste da Índia, informou nesta terça-feira o jornal local “The Hindu”.

Os choques ocorreram no distrito montanhoso de Karbi Anglong, no estado de Assam, onde 3.131 pessoas tiveram que fugir das aldeias mais isoladas e se refugiar em nove campos de deslocados protegidos pelas forças de segurança locais.

Segundo o superintendente da polícia do distrito, Mugdhajyoti Mahanta, entre os deslocados há 1.683 pessoas que pertencem à etnia Rengma Nagas e 1.448 à Karbis.

“A luta é entre extremistas de ambos os lados, mas no final é o povo que sofre”, afirmou o coordenador de um dos campos de deslocados, Lawrence Teron, ao canal local “NDTV”.

Em 27 de dezembro, nove pessoas, seis delas civis Rengma Nagas, morreram em enfrentamentos étnicos na cidade de Khowanigaon, no distrito de Karbi Anglong.

O primeiro ataque foi cometido por membros dos Tigres de Libertação do Povo Karbi (KPLT), quando queimaram várias casas antes de começar a disparar de maneira indiscriminada contra moradores da etnia Rengma Nagas.

Um homem e cinco mulheres morreram no ataque, que foi seguido por uma resposta do grupo armado formado recentemente para proteger os membros dessa comunidade, a Força de Proteção das Colinas Rengma Nagas (RNHPF), que matou três membros do KPLT.

O KPLT -uma cisão da Frente Nacional de Libertação do Karbi Longri, com ampla tradição de atentados na região-, luta pela independência da tribo Karbi.

Em 3 de janeiro, foram encontrados nove corpos, em avançado estado de decomposição, de membros da etnia Karbi, o que reativou a tensão na região.

Nas regiões do nordeste da Índia, unidas ao resto do país por apenas uma faixa de terra, há um forte movimento de grupos separatistas, alguns deles armados, que recorrem a ataques e atentados. EFE

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