EUA não esperam grandes avanços nesta semana na negociação nuclear com o Irã

  • Por Agencia EFE
  • 17/02/2014 19h22

Viena, 17 fev (EFE).- As negociações nucleares com o Irã que começam amanhã para conseguir um acordo definitivo sobre seu polêmico programa nuclear serão longas e duras, e não devem ser esperados grandes avanços nesta semana, explicaram nesta segunda-feira fontes diplomáticas dos Estados Unidos.

“Estes próximos dias representam o começo do que será um processo complicado, longo e difícil”, explicou uma fonte diplomática que quis manter o anonimato.

A complexidade das negociações e os inumeráveis detalhes que devem ser estudados fazem com que as negociações não possam ser fechadas “em um dia, uma semana ou inclusive um mês”, motivo pelo qual se necessitará muito tempo para conseguir os primeiros resultados, explicou a fonte.

As negociações dos próximos três dias em Viena buscam um acordo definitivo nos próximos seis meses, após o pacto provisório de novembro de 2013, que obrigou o Irã a suspender algumas de suas atividades nucleares em troca da suspensão de algumas sanções.

Em virtude desses compromissos, o Irã congelou todas suas atividades de enriquecimento de urânio acima de 5% e reduziu suas reservas de urânio enriquecido a 20%, um nível que indica um domínio técnico da depuração desse material.

Para armar uma bomba nuclear é necessário enriquecer o urânio até 90%.

Estes contatos em Viena, dos quais participam também diplomatas das potências do Grupo 5+1 (EUA, China, Rússia, Reino Unido, França e Alemanha), serão os primeiros de uma série que no meio do ano buscarão um acordo final que encerre uma década de tensões entre a comunidade internacional e Teerã.

A fonte diplomática acrescentou que as conversas dos próximos três dias em Viena girarão em grande parte sobre o procedimento a seguir nestes contatos.

Embora a fonte tenha ressaltado que não existe nenhuma garantia de êxito, assegurou que estas conversas são “a melhor oportunidade que temos de solucionar esta situação”.

As negociações são coordenadas em nome do G5+1 pela chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, enquanto por parte do Irã o máximo representante será o ministro das Relações Exteriores, Mohamad Yavad Zarif.

O Irã nega há anos que ambicione um arsenal nuclear, enquanto as potências ocidentais e Israel, mostrando relatórios de inteligência, suspeitam que Teerã tem aspirações que vão além de um simples programa atômico civil.

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) foi incapaz de esclarecer em uma década longa de inspeções que o programa atômico iraniano tenha uma natureza exclusivamente pacífica.

O acordo nuclear interino de novembro foi alcançado graças ao novos ares trazidos pela eleição de Hassan Rohani como novo presidente iraniano, considerado moderado em relação a seu antecessor, o conservador Mahmoud Ahmadinejad. EFE

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