Furacão mata pelo menos 11 no Caribe e leva milhares a deixar casas no Haiti

  • Por Estadão Conteúdo
  • 05/10/2016 11h46
EPA/NOAA/EFE Furacão Mathew

O furacão Matthew deixou pelo menos 11 mortes em sua violenta passagem na última semana pelo Caribe. No Haiti, o fenômeno atingiu o sudoeste do país com ventos de 233 quilômetros por hora, derrubou árvores e telhados na área em grande medida pobre e rural, além de causar grandes inundações e deixar um rastro de lama. Milhares de pessoas tiveram de deixar suas casas no Haiti para se abrigar das chuvas, dos fortes ventos e de suas consequências.

Com uma importante ponte derrubada, rodovias interditadas e a comunicação por telefone interrompida na área mais atingida, autoridades disseram que ainda não é possível avaliar todo o impacto do furacão. Além do Haiti, Matthew passou por uma área pouco povoada do leste de Cuba, na noite de terça-feira, seguiu pelas Bahamas e deve chegar perto da costa dos Estados Unidos.

No fim da terça-feira (4), a imprensa estatal cubana afirmou que não havia relatos de grandes estragos na ilha. As fortes chuvas causaram algumas inundações em Cuba, na região da cidade de Baracoa.

Pelo menos cinco mortes foram atribuídas ao furacão no Haiti, entre elas a de um homem de 26 anos que se afogou quando tentava resgatar uma criança que caiu num rio, disseram autoridades. A criança foi salva. O prefeito da inundada cidade de Petit-Goâve relatou a morte de duas pessoas apenas na área, entre elas uma mulher vitimada pela queda de um poste de fiação elétrica. Quatro mortes ocorreram na vizinha República Dominicana, uma na Colômbia e a outra em São Vicente e Granadinas.

Meteorologistas disseram que o furacão pode ameaçar a Flórida na noite de quinta-feira e deve seguir pela Costa Leste dos EUA ao longo do fim de semana. O alerta fez muitos correrem para estocar comida, gasolina e suprimentos de emergência.

O furacão chegou a ter força suficiente para ser considerado o mais poderoso na região em quase uma década. Matthew atingiu uma área do Haiti onde muitas pessoas vivem em barracos de madeira ou em casas também precárias de blocos de concreto.

Vice-representante especial do secretário-geral da Organização das Nações Unidas para o Haiti, Mourad Wahba disse que pelo menos 10 mil pessoas foram para abrigos e hospitais e relatou o risco de falta de água potável no país. Segundo comunicado de Wahba, a destruição causada pelo furacão representa “o maior evento humanitário” no Haiti desde o devastador terremoto que atingiu o país em janeiro de 2010.

Matthew deixou a península que fica ao longo da costa sul do Haiti isolada do restante do país. Autoridades tentaram retirar pessoas de áreas mais vulneráveis, mas muitas pessoas relutavam em deixar suas casas. Matthew chegou brevemente a atingir a classificação máxima para um furacão, a Categoria 5, quando se movia pelo Caribe no fim da semana passada. Com isso, ele se tornou o furacão mais violento desde a passagem de Felix em 2007.

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