Manifestantes bloqueiam principais avenidas de Bangcoc

  • Por Agencia EFE
  • 13/01/2014 10h05

Bangcoc, 13 jan (EFE).- Milhares de manifestantes contrários ao governo bloquearam nesta segunda-feira dezenas de avenidas em Bangcoc pedindo a renúncia de Yingluck Shinawatra e o adiamento das eleições de fevereiro.

Desde ontem à noite pessoas começaram a levantar barricadas e montar barracas em pontos movimentados no centro capital dentro da campanha “Fecha Bangcoc”.

“Fora Yingluck!”, gritavam os manifestantes com bandeiras, munhequeiras, faixas e até óculos com as cores da insígnia tailandesa. Os assobios se transformaram no símbolo ruidoso da multidão.

Mais de 30 mil simpatizantes do movimento opositor se reuniram em torno de Asok, Ratchaprasong e do monumento à Vitória, paralisando importantes avenidas na capital, uma metrópole de dez milhões de habitantes.

Em alguns dos lugares bloqueados, os manifestantes permitiram a circulação de forma limitada e grande parte dos shoppings abriu, mas a maior parte das escolas ficou fechada.

“Não tenho medo, isto é normal, tivemos este tipo de protestos muitas vezes”, explicou a Efe a empregada de uma farmácia em Ratchaprasong, um ponto turístico cheio de hotéis e lojas de luxo em pleno centro.

“Os shoppings tem fechado antes, mas as pessoas podem se movimentar bem de trem ou metrô”, acrescentou a empregada.

O líder dos protestos, Suthep Taughsuban, exige a renúncia de todo o gabinete de Yingluck Shinawatra e sua substituição por um conselho não eleito que reforme o sistema político, que considera corrupto, antes de serem convocadas eleições.

Suthep descartou qualquer negociação com o governo e expressou sua confiança na vitória da “revolução popular” para erradicar o que chama o “regime de Thaksin”, em referência ao ex- primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, irmão de Yingluck.

Desde o golpe de Estado de 2006 contra Thaksin, que vive no exílio de Dubai, onde evita uma condenação por corrupção, a Tailândia sofre uma profunda crise política pelo enfrentamento entre opositores e simpatizantes do ex-mandatário.

Para Kate, uma empresária de 38 anos nascida em Bangcoc, a única solução é a família Shinawatra se retirar da política e que seja feita a reforma do sistema como proposto por Suthep, um ex-vice-primeiro-ministro e parlamentar transformado em ativista.

“Precisamos primeiro de uma reforma, depois eleições. Que governo vai pôr limites em seu poder? Depois das reformas, aceitaremos qualquer governo”, disse Kate, que não quis dar seu sobrenome.

A simpatizante de Suthep desmentiu que os manifestantes representem as classes média e alta contra as classes populares que apoiam Thaksin e seus aliados, que ganharam todas as eleições desde 2001 com a maioria do voto rural no nordeste .

Embora os protestos hoje tenham acontecido de maneira pacífica e inclusive com um clima festivo, oito pessoas morreram desde que Suthep passou a liderar o movimento de oposição e estimulou a ocupação de ministérios, em novembro. EFE

grc/cd

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