Menina que cometeria ataque suicida é detida no Afeganistão

  • Por Agencia EFE
  • 06/01/2014 13h39

Cabul, 6 jan (EFE).- Uma menina de dez anos foi detida pela polícia após confessar que seu irmão, um comandante talibã, ordenou que ela realizasse um ataque suicida contra um posto de controle no sul do Afeganistão, informou nesta segunda-feira uma fonte oficial.

A menor, identificada como Spogmai, se entregou voluntariamente às forças de segurança do posto contra o qual iria cometer o ato no distrito de Khanishin, na província de Helmand, de acordo com um comunicado do Ministério do Interior afegão.

Após a detenção, Spogmai deu uma entrevista coletiva na cidade de Lashkar Gah. Ela explicou que seu irmão colocou nela um colete carregado de explosivos para que atentasse contra o posto policial, mas quando ela começou a “gritar e chorar”, seu irmão o retirou e escapou.

“Como eu estava com medo da reação do meu pai – simpatizante dos talibãs -, chamei a polícia em vez de ir para casa”, disse a menina, de acordo com a agência local “AIP”.

A criança afirmou que todos os membros da família são seguidores dos talibãs, e que seu irmão chegou, inclusive, a prender e assassinar um soldado afegão em casa.

Os talibãs sempre negaram o uso de menores em atentados suicidas. No entanto, em março do ano passado, também em Helmand, duas crianças morreram e outras seis pessoas ficaram feridas depois da detonação de um colete carregado de explosivos durante as lições em um madraçal sobre seu manejo e fabricação.

Em 2011 ocorreram vários casos nos quais menores de idade realizaram atentados suicidas tanto no Afeganistão, quanto em regiões do Paquistão próximas à fronteira.

Em agosto do ano passado, um adolescente detonou a carga explosiva que carregava durante a reza islâmica em um templo na região de Jamrud, nos arredores da cidade paquistanesa de Peshawar.

Dois meses antes, uma menina de oito anos morreu ao explodir a bomba que transportava em uma bolsa quando se dirigia para depositá-la em um posto policial na província de Uruzgan, no sul do Afeganistão. EFE

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