Ministro da Justiça diz que governo do Amazonas conhecia risco de rebelião

  • Por Jovem Pan
  • 04/01/2017 13h55

Ministro da Justiça Alexandre de Moraes se reúne com ministra do STF Cármen Lúcia para falar sobre unidades dos sistemas penitenciários do norte e do nordeste

José Cruz/Agência Brasil ABR Ministro da Justiça Alexandre de Moraes se reúne com ministra do STF Cármen Lúcia para falar sobre unidades dos sistemas penitenciários

Após reunião com a presidente do STF e do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), Cármen Lúcia, o ministro da Justiça Alexandre de Moraes revelou nesta quarta-feira que o governo do Estado do Amazonas já sabia do risco de fuga de presos do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus.

“Há relatos do setor de inteligência da secretaria de segurança pública do estado do Amazonas de que poderia haver essa fuga, que efetivamente acabou ocorrendo, foram mais de duas centenas de presos que fugiram”, afirmou Moraes, informando um novo número de detentos fugitivos.

O ministro garante, no entanto, que “o governo estadual tomou todas as providências para evitar a fuga, então não está caracterizada nenhuma omissão até o momento”.

Moraes alega que o risco de fuga não foi comunicado ao governo federal. “O governo federal em momento algum foi informado nem solicitado nenhum auxílio, seja da Força Nacional, seja de qualquer outro mecanismo que o governo federal poderia ter auxiliado”, disse o ministro, ressalvando: “não é obrigação do governo estadual passar informes de inteligência para o governo federal”.

Questionado se há riscos de novas rebeliões, Moraes desconversou: “nesse momento não, mas rebeliões surgem de repente”. E garantiu: “há todo um trabalho sendo feito por todos os estados, as secretarias de justiça e assuntos penitenciários, secretarias de segurança, todas elas já monitorando qualquer possibilidade de rebelião”.

O ministro também negou responsabilidade ou omissão do Executivo e do Judiciário pelo massacre e citou apenas as autoridades responsáveis por fiscalizar o presídio, que permitiram a entrada de facões usadas nos crimes. “Não é possível estender essa responsabilidade a outras autoridades sem uma investigação”, declarou Alexandre de Moraes.

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