A independentista que quer fortalecer a Escócia no parlamento

  • Por Agencia EFE
  • 04/05/2015 16h12

Viviana García.

Londres, 4 mai (EFE).- Nicola Sturgeon, líder do Partido Nacionalista Escocês (SNP) desde novembro do ano passado, pretende desbancar o domínio dos trabalhistas na Escócia no próximo dia 7 de maio e aumentar assim o número de cadeiras no parlamento de Westminster.

Apaixonada pela independência da região tanto quanto Alex Salmond, seu antecessor, Sturgeon prometeu na campanha eleitoral melhorar os serviços públicos e inclusive estendeu a mão aos trabalhistas para chegar a um pacto para que estes entrem no governo se não conseguirem a maioria absoluta.

Desde novembro do ano passado, Sturgeon é líder do SNP, o partido que deu à Escócia a oportunidade de votar pela independência no referendo de 2014, depois que Londres e Edimburgo chegaram a um acordo para dar à consulta a legalidade que essa decisão requeria.

Nascida em Irvine, no sudeste da Escócia, em 19 de julho de 1970, Sturgeon vem de uma família de classe média, ela estudou em colégios públicos e estudou Direito na Universidade de Glasgow.

Formada com honras em 1992, ela trabalhou como advogada para uma empresa em Stirling, no centro da Escócia, após entrar na política em 1986, com apenas 16 anos, ao se unir ao SNP em tempos em que a Escócia nem tinha autonomia.

Muito comprometida com o desarmamento nuclear, a política escocesa nunca escondeu a influência que as políticas da ex-primeira-ministra britânica conservadora, Margaret Thatcher, tiveram em sua forma de pensar e fazer política depois em território escocês.

Sturgeon culpava a “Dama de Ferro” pela destruição da indústria escocesa e pelo aumento do desemprego, motivo pelo qual decidiu se apresentar como candidata do SNP ao parlamento de Westminster nas eleições gerais de 1992 pelo circunscrição de Glasgow Shettleston, mas não conseguiu a vitória.

Ela teve que esperar até 1997, com a chegada do trabalhista Tony Blair ao poder, para que sua carreira desse um giro, pois o novo governo concedeu autonomia à Escócia e deu sinal verde para a abertura – dois anos depois – do parlamento de Holyrood, em Edimburgo.

Assim, em 1999, Sturgeon chegou ao parlamento escocês e trabalhou para o SNP nas áreas de Educação e Infância, mas também se ocupou de Cultura, Esporte e Saúde.

Com ambições para chegar ao mais alto do SNP, Sturgeon se apresentou como candidata à liderança do partido em 2004 após a renúncia de John Swinney, mas retirou a candidatura assim que Alex Salmond declarou sua intenção de sucedê-lo.

Muito próxima a Salmond, Sturgeon optou por dar a ele todo seu apoio e ficar como segundo nome à frente do partido escocês, uma união que duraria dez anos, até que o líder separatista e ministro principal anunciou sua renúncia após não conseguir a vitória do “sim” no referendo de independência de setembro do ano passado.

O partido de Salmond conseguiu a vitória nas eleições ao parlamento escocês em 2007, e outra vez, mas por maioria absoluta, em 2011.

Sturgeon se transformou desde então no “segundo rosto” da campanha a favor da independência, com seus discursos apaixonados e sua defesa dos benefícios da secessão, como a retirada das armas nucleares, a melhoria da educação e a possibilidade de aumentar as ajudas às famílias com menos recursos.

Na campanha do plebiscito, Sturgeon argumentava que a independência ajudaria a construir uma economia escocesa mais forte e dinâmica e que sua prioridade era atender “o escândalo de um aumento da pobreza em um país tão rico como é a Escócia”.

Em 15 de outubro do ano passado, o SNP confirmou que Sturgeon era a única candidata para a liderança do partido, e seu posto foi confirmado em novembro no congresso anual do partido.

Após saber da saída de Salmond, a política admitiu que a dívida que tinha para com o ministro principal era “incomensurável”, e qualificou o político independentista como seu “amigo, mentor e colega durante mais de 20 anos”. EFE

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