Abe dissolve câmara baixa para realizar eleições antecipadas em dezembro

  • Por Agencia EFE
  • 21/11/2014 08h00

Tóquio, 21 nov (EFE).- O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, dissolveu nesta sexta-feira a Câmara dos Representantes com o objetivo de realizar eleições antecipadas em dezembro.

O presidente do parlamento japonês, Bunmei Ibuki, leu a mensagem assinada pelo imperador, Akihito, no qual se ordena a dissolução da câmara Baixa e a realização das eleições na metade do mandato de Abe.

O primeiro-ministro anunciou na terça-feira a convocação das eleições, e justificou a medida após sua decisão de adiar uma alta do imposto IVA prevista para 2015.

A cerimônia de dissolução da câmara Baixa, onde o Partido Liberal Democrático (PLD) de Abe conta com uma ampla maioria, aconteceu após a medida ser aprovada nesta manhã pelo gabinete governamental e referendada pelo imperador Akihito.

O primeiro-ministro, depois de se reunir novamente com seus ministros e membros de seu partido, deverá anunciar nesta tarde as datas de início da campanha e da votação.

O político conservador voltou hoje a dizer que estas eleições são “uma oportunidade” para que os japoneses referendem suas políticas econômicas, conhecidas popularmente como “Abenomics”, que buscam reativar a economia do Japão mediante agressivos estímulos monetários e um gigantesco gasto público.

Por sua parte, os partidos da oposição voltaram a criticar hoje duramente a decisão de Abe, tachado de oportunista e de querer apenas evitar o desgaste de seu governo.

As primeiras pesquisas após o anúncio mostram que o partido conservador do primeiro-ministro contará com um enorme apoio e poderá seguir com sua coalizão de governo com o partido Novo Komeito.

O PLD contava com 295 das 480 cadeiras da câmara Baixa e seus parceiros de governo somavam 31 deputados.

Durante seus dois anos de mandato, o político conservador, de 60 anos, conseguiu manter níveis de popularidade muito altos, no que se considera um período de grande estabilidade para os padrões da política japonesa.

No entanto, medidas como a decisão de revisar a Constituição pacifista do Japão e sobretudo a recente renúncia após escândalos econômicos de dois de suas ministras minaram o apoio ao político conservador.

Além disso, os dados do Produto Interno Bruto (PIB) japonês do terceiro trimestre do ano que mostraram que a terceira economia do mundo entrou em recessão técnica. EFE

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