AI acusa Egito de “encobrir” morte de manifestantes

  • Por Agencia EFE
  • 31/01/2015 23h09

Cairo, 1 fev (EFE).- A organização de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional (AI) acusou neste domingo as autoridades egípcias de “encobrir” a morte de manifestantes durante as recentes celebrações do quarto aniversário da “Revolução do dia 25 de janeiro”.

Segundo os testemunhos recolhidos pela AI, as forças de segurança ameaçaram prender testemunhas do ocorrido e detiveram dois jornalistas por causa de sua cobertura dos protestos

O Ministério do Interior informou que 23 pessoas morreram e 97 ficaram feridas no dia 25 de janeiro e que foram detidas 516; todas elas pertencentes à Irmandade Muçulmana, grupo que o Interior acusa tanto de organizar os protestos como de matar os manifestantes.

Em seu relatório, Anistia denunciou que as forças da ordem “fizeram repetidamente um uso excessiva da força para dispersar as manifestações” convocadas entre os dias 23 e 26 de janeiro.

Segundo AI entre esses dias um total de 27 pessoas morreu.

A organização também disse que foram colocadas bombas em diferentes partes do país, especialmente no Cairo, que vários protestos tornaram-se violentos e que “algumas pessoas usaram armas de fogo”. No entanto, ressaltou que “a presença de indivíduos armados entre os manifestantes não permite às forças de segurança disparar de maneira arbitrária”.

Para a AI, as “forças de segurança fracassaram na hora de assumir o controle da situação ou de responder à violência de maneira proporcional”.

Também lhes acusa de não intervir com rapidez nos casos nos quais foram registrados confrontos entre participantes dos protestos e cidadãos dos bairros onde se realizavam as concentrações.

Sobre as investigações abertas pela Promotoria para esclarecer as mortes registradas, a AI considera que “parece que são voltadas a amenizar o grande número de evidências sobre as ações impiedosas e ilegais” da Polícia, assim como que são uma tentativa de “encobrir as ações das forças de segurança”.

A organização ressaltou que “é necessária uma robusta ação por parte da comunidade internacional para enfrentar o cada vez maior número de mortes e a crise de direitos humanos no Egito”.

Além disso, pediu ao Cairo para libertar imediatamente os detidos nas manifestações pacíficas e abrir “investigações independentes e imparciais sobre a violência política”. EFE

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