Albânia finaliza preparativos para receber o papa Francisco neste domingo

  • Por Agencia EFE
  • 24/09/2014 00h36

Mimoza Dhima.

Tirana, 20 set (EFE).- A Albânia finaliza neste sábado os preparativos para receber amanhã o papa Francisco, que durante sua breve visita de 11 horas promoverá o diálogo religioso entre a maioria muçulmana e os cristãos e homenageará as vítimas do comunismo.

“Decidi viajar para este país porque sofreu muito por causa de um terrível regime ateu e agora esta realizando uma pacífica convivência entre seus diferentes componentes religiosos”, explicou recentemente Francisco durante uma audiência geral realizada na Praça de São Pedro do Vaticano.

O bispo de Roma empreenderá assim seu quarto périplo fora das fronteiras do Vaticano, depois dos realizados ao Brasil, Terra Santa e Coreia do Sul.

As ruas da capital Tirana se vestiram de festa com as bandeiras da Albânia e as do Vaticano, imagens que só se produzem na celebração das festas nacionais.

Um grupo de trabalhadores está terminando a colocação do altar na praça Madre Teresa, que durante um mês foi submetida a uma ampla reforma, tanto do pavimento como das fachadas dos edifícios que a rodeiam.

Desse altar o santo padre rezará uma missa para a qual são esperadas centenas de milhares de albaneses católicos e muçulmanos chegados também de Kosovo, Macedônia, Montenegro e outros países europeus.

“Aprecio o papa Francisco porque, apesar ser santo, caminha com os pés na terra, entre o povo”, disse à Agência Efe Vlash Prifti.

Igual a Vlash muitos albaneses estão ansiosos com a visita do papa, que empreende sua primeira viagem europeia para respeitar e honrar um povo que durante várias décadas foi proibido de acreditar em Deus.

O ditador stalinista Enver Hoxha, que dirigiu o país entre 1944 e 1985, proibiu em 1967 a fé e uma década depois a Albânia se tornou por mandato constitucional o primeiro país ateu do mundo.

Milhares de igrejas e mesquitas foram destruídas, transformadas em armazéns e cinemas que propagavam a ideologia marxista, os livros religiosos foram queimados e os pais foram proibidos de pôr em seus filhos os nomes religiosos de seus antepassados.

Para o padre albanês Mirget Gega, o papa chega à Albânia também por motivos espirituais, para “transmitir a mensagem da paz e a unidade para que o povo se distancie do ódio”.

A Albânia é um país de 2,8 milhões de habitantes, onde a maioria muçulmana (57%) conviveu historicamente em paz com a minoria cristã católica (10%) e ortodoxa (7%).

As autoridades policiais asseguraram que tomaram severas medidas para proteger o santo padre durante sua breve estadia em Tirana, frente a supostas ameaças de ataques de extremistas jihadistas. EFE

md/rsd

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.