Alemanha prevê que negociações com Irã se prolongarão até amanhã

  • Por Agencia EFE
  • 01/04/2015 17h14

Lausanne (Suíça), 1 abr (EFE).- O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, disse nesta quarta-feira que ainda não há um acordo nuclear entre Irã e as seis potências negociadoras e disse que prevê que as conversas irão se estender o até amanhã.

“Haverá novas propostas esta noite. Não posso prever se isso será suficiente para conseguir o acordo nesta mesma noite. As últimas noites mostraram que é muito difícil”, disse em entrevista à imprensa na cidade suíça de Lausanne.

Há uma semana, Estados Unidos, Reino Unido, França, China, Rússia e Alemanha tentam fechar um acordo marco com o Irã que ponha fim a uma década de disputa sobre o programa nuclear do país, mas ontem à noite venceu sem resultado o último prazo estipulado para conseguir esse objetivo.

O ministro destacou que os seis países são conscientes da grande responsabilidade que assumem, também frente aos vizinhos do Irã no Oriente Médio, incluindo Israel, que rejeita um acordo já que acredita que isso só consolidaria a República Islâmica como potência nuclear.

“Enquanto um sucesso for possível, vale a pena este esforço”, disse Steinmeier perante as câmaras de TV e outros meios de comunicação de seu país.

Ele, que ficará até quinta à noite em Lausanne, reconheceu que “um fracasso, certamente, é possível”, mas esse é “um risco que deve ser assumido”. Contudo, em vista da aproximação alcançado durante estes dias de negociações, “seria pouco responsável deixar de lado um possível acordo”.

Perguntado sobre o empecilho do levantamento ou alívio de sanções que pesam sobre o Irã, o ministro destacou que deve haver um “equilíbrio” entre no que beneficia e no que cede a República Islâmica. Além disso, garantiu que o bloco europeu está completamente unido neste aspecto, enquanto reconheceu que Rússia e China têm uma especial ambição em que sejam cumpridas as regras do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

“Mas tenho certeza que isso pode ser garantido”, disse Steinmeier, em aparente referência a um pedido da China, que hoje disse que é de “vital importância” que se respeite o papel do Conselho de Segurança.

O cenário é que as várias rodadas de sanções ditadas pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) desde 2006 são um dos grandes obstáculos para um eventual acordo.

Estados Unidos e os países europeus exigem que se inicie uma espécie de mecanismo automático para reinstaurar sanções caso o Irã não cumpra as responsabilidades assumidas no acordo. Caso dê seu sinal verde, China e Rússia acreditam que estariam renunciando seu poder de veto no Conselho de Segurança. EFE

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