Antichavistas assinam “Acordo para Transição”, tachado de golpista por Maduro

  • Por Agencia EFE
  • 28/02/2015 17h48

Caracas, 28 fev (EFE).- Opositores venezuelanos assinaram neste sábado durante uma manifestação no leste de Caracas o “Acordo Nacional para a Transição”, um documento que foi assinalado pelo governo de Nicolás Maduro como prova de uma ofensiva golpista.

A oposição a Maduro “está se mobilizando ao longo e ao largo da Venezuela para assinar sem medo este projeto de transição que leva o firme propósito de mudar o rumo da política da Venezuela e mudar este governo que está causando prejuízo a todo o povo”, declarou o deputado Richard Blanco.

O legislador, presidente encarregado do partido Aliança Bravo Povo (ABP), participou de um pequeno comício em uma zona do leste da capital.

O ABP é dirigido pelo recentemente preso prefeito metropolitano de Caracas, Antonio Ledezma, acusado de tentativa de golpe de Estado que Maduro afirma ter sido planejada por dirigentes opositores para 12 de fevereiro por um grupo de militares descobertos e detidos, segundo o presidente.

“Esta pátria exige que a salvemos e digo que vão se preparando porque em breve, muito em breve, vamos tomar não só (o populoso município governista de Libertador), mas as ruas de toda a Venezuela”, acrescentou Blanco, também jornalista, em seu discurso de hoje para algumas dezenas de manifestantes.

O “Acordo Nacional para a Transição” foi publicado em 11 de fevereiro no jornal “El Nacional” de Caracas, onde Blanco trabalha, e leva a assinatura de Ledezma, do também opositor preso Leopoldo López, líder do partido Vontade Popular (VP), e da ex-deputada María Corina Machado.

María Corina optou por participar hoje de uma manifestação opositora no oeste do país, onde na terça-feira um adolescente de 14 anos morreu após ser baleado por um agente da Polícia Nacional Bolivariana (PNB) durante um protesto antigovernamental.

María Corina, Ledezma e López, preso há mais de um ano acusado de incitar atos de violência política, propuseram no “Acordo Nacional para a Transição” um programa de “ações concretas para começar a reconstrução do país”.

Este comunicado foi criticado por Maduro, que acusou a publicação do documento de ser o sinal que os militares golpistas esperavam para iniciar um ataque aéreo em Caracas contra alvos oficiais, incluindo o lugar onde ele estivesse.

O jornal “El Nacional” publicou em sua capa de hoje que até ontem, sexta-feira, o “Acordo” contabilizava a assinatura de cerca de 50 mil venezuelanos. EFE

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