Apesar de poderio militar, presidente do Irã defende opção por diplomacia

  • Por Agencia EFE
  • 18/04/2015 06h12

Teerã, 18 abr (EFE).- O presidente do Irã, Hassan Rohani, afirmou neste sábado que apesar do poderio militar de seu país e dos avanços constantes no desenvolvimento de tecnologias bélicas, sua opção principal frente a qualquer crise será sempre a negociação e o compromisso com as leis internacionais.

Durante a celebração do Dia do Exército do Irã, quando a República Islâmica exibe os últimos avanços tecnológicos e a situação de suas Forças Armadas, Rohani defendeu a postura pacífica de seu país e sua vontade “não agressiva”, apesar de contar com o conjunto militar “mais potente” da região.

“Nós queremos dizer ao mundo que uma nação potente e com autoridade reconhece como uma honra cumprir com as leis. Nós, no tema nuclear, cumpriremos todas as provisões internacionais para dar confiança ao mundo”, indicou o presidente.

Deste modo, para o Irã as conversas nucleares com os países do Grupo 5+1 (Estados Unidos, China, Rússia, Reino Unido, França, mais Alemanha) foram uma forma de mostrar ao mundo e à região “que não há problema que não possa ser resolvido na mesa de negociações”.

Mas também que o “poder e a força” de seu exército é uma mostra de que “nunca aceitará ou permanecerá em silêncio se for agredido”.

Rohani destacou, além disso, que são outros países da região, liderados pela Arábia Saudita, os agressores, fazendo menção aos bombardeios no Iêmen, “nos quais matam mulheres e crianças”.

“O que significa ajudar financeiramente e com armas os terroristas na Síria, Iraque e Líbano, e os bombardeios sobre inocentes no Iêmen? Que objetivos eles perseguem? Isso garante poder? Só semearam o ódio nos corações da região e terão a resposta em breve”, disse o presidente do Irã sobre os sauditas.

Em contraste com o governo de Riad, a estratégia do militar iraniana irá defender “a dissuasão ativa, orientada à independência, paz e segurança do nosso país”.

Apesar de vários países ocidentais acusarem Teerã de desestabilizar a região e de tentar promover uma corrida armamentista, Rohani disse que há mais de 200 anos o país não se envolve em uma guerra no exterior. Além disso, destacou que a República Islâmica gasta menos em armamento do que as demais nações da região.

Desde 1979, o Irã é submetido a um embargo de armas pela ONU, o que levou ao país a desenvolver sua própria indústria armamentista e de equipamentos militares. Com frequência, as autoridades iranianas anunciam que a indústria bélica local desenvolveu novas armas, objetos de alta tecnologia, aeronaves, navios e veículos terrestres. EFE

amr/lvl

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.