Ataque aéreo atinge hospital em Aleppo e mata ao menos uma pessoa

  • Por Estadão Conteúdo com EFE
  • 01/10/2016 15h15
XYB01 ALEPO (SIRIA), 28/09/2016.- Fotografía facilitada por la Agencia de Noticias siria (SANA) que muestra a un hombre herido a quien trasladan al hospital en Alepo, Siria, hoy 28 de septiembre de 2016. Al menos dos pacientes fallecieron y otros dos empleados resultaron heridos tras un bombardeo en dos hospitales del este de Alepo, según informaron los Médicos Sin Fronteras (MSF). EFE/- EFE Homem ferido levado a hospital em Alepo na última quarta

Um hospital localizado em Sakhour, bairro da cidade de Aleppo, Síria, controlado por rebeldes, foi atingido por ataques aéreos neste sábado, segundo a organização britânica Observatório Sírio para os Direitos Humanos e a Coordenação Local de Comitês. Uma pessoa foi morta durante o ataque, de acordo com as entidades.

Ativistas da oposição acusam as forças de segurança do presidente sírio Bashar al-Assad e a Rússia pelos ataques, que atingiram também bases da Defesa Civil na região leste da cidade A área é controlada por rebeldes e vem sendo alvo do exército sírio e de milícias pró-governo.

Também neste sábado, a TV estatal do país informou que tropas do governo sírio capturaram a estratégica colina Um al-Shuqeef, próxima do campo de refugiados palestinos de Handarat, que também foi retomado pelo exercido de Bashar al-Assad no começo desta semana. A colina fica na fronteira norte de Aleppo.

Já o ultraconservador grupo militante Ahrar al-Sham informou que rebeldes recuperaram o controle hoje de diversas posições que tinham perdido no bairro de Bustan al-Basha.

A ministra de Relações Exteriores da Suécia, Margot Wallstrom, criticou os ataques a alvos civis em sua conta no Twitter: “É inaceitável bombardear civis, crianças e hospitais em Aleppo. (É) falta de humanidade. Assad e Rússia se distanciam da paz”.

Na província de Deir el-Zour, no leste da Síria, aeronaves da coalização comandada pelos Estados Unidos destruíram diversas pontos sobre o rio Eufrates, de acordo com a agência de notícias estatal síria Sana e com o coletivo ativista Deir el-Zour 24. A província é um reduto do grupo Estado Islâmico.

Sana informou que entre as pontes destruídas estava a ponte Tarif, que liga a cidade de Deir el-Zor, no leste do país, com a de Raqqa, no norte, considerada pelos extremistas como a capital de fato da Síria.

Mais cedo, a Rússia fez um alerta aos EUA afirmando que qualquer ataque apoiado pelo país contra forças do governo sírio poderão trazer repercussões para todo o Oriente Médio.

As tensões entre Rússia e EUA em torno do conflito na Síria aumentaram desde a quebra do cessar-fogo no último mês, quando cada um dos lados culpou o outro pela falta de êxito no acordo.

Na sexta-feira, autoridades norte-americanas afirmaram que o governo dos EUA continua buscando dialogar com Moscou sobre a crise na Síria, dias após o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, ter ameaçado interromper as conversas depois de uma ofensiva de forças militares sírias e russas em Aleppo. Fonte: Associated Press.

Mortes

Pelo menos 3.686 pessoas morreram, entre elas 1.228 civis, no conflito armado na Síria durante o último mês de setembro, frente às 4.475 do mês anterior, segundo a apuração mensal divulgada neste sábado pelo Observatório Sírio de Direitos Humanos.

Entre as vítimas civis 276 eram menores de idade e 158 mulheres, detalhou o Observatório.

A maioria, 841, morreu em decorrência dos bombardeios de aviões de combate sírios e russos, enquanto 94 pessoas morreram por bombardeios de mísseis, foguetes e artilharia do regime sírio.

Além disso, 86 civis, entre eles 27 crianças e 21 mulheres, morreram por projéteis lançados pelas facções islamitas e o grupo terrorista Estado Islâmico (EI), acrescentou a ONG.

Dez pessoas, entre elas duas crianças, morreram nos bombardeios de aviões turcos, que iniciaram em agosto uma ofensiva no norte de Aleppo contra o EI e as milícias curdo-sírias.

Além disso, outros 36 civis, entre eles 15 menores e quatro mulheres, morreram em decorrência de disparos da guarda fronteiriça turca.

Os demais civis morreram por torturas nas prisões, assassinados pelo EI ou outras organizações jihadistas como a Frente da Conquista do Levante (antiga Frente al Nusra), ataques da coalizão internacional, atentados e outras causas.

Quanto aos combatentes, a ONG registrou a morte de pelo menos 511 membros sírios das facções rebeldes, islâmicas e das Forças da Síria Democrática (FSD) – uma aliança curdo-árabe.

Além disso, morreram pelo menos 787 guerrilheiros estrangeiros do EI, da Frente da Conquista do Levante e de outras organizações radicais.

Aos anteriormente citados se soma a morte de quatro dissidentes das forças armadas e 525 soldados das forças regulares do exército sírio.

Além disso, morreram 377 membros de milícias pró-governo sírias, dez do grupo xiita libanês Hezbollah, 75 milicianos xiitas estrangeiros e 169 desconhecidos, todos eles aliados do regime sírio.

A Síria sofre há mais de cinco anos um conflito, que causou mais de 280.000 mortes, segundo os dados do Observatório.

Em agosto do ano passado o número de vítimas mortais foi superior ao de setembro, com um total de 4.475 mortos, dos quais 1.289 eram civis.

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