Ataque a hospital no Afeganistão mata 9 voluntários da Médicos Sem Fronteiras

  • Por EFE
  • 03/10/2015 11h36
MSF staff in shock in one of the remaining parts of MSF's hospital in Kunduz, in the aftermath of sustained bombing 03 October 2015. Photo: ©MSF Divulgação/ Médico Sem Fronteiras Hospital da Médico Sem Fronteiras é bombardeado no Afeganistão; ao menos 9 morrem

A associação Médicos Sem Fronteiras (MSF) elevou para nove o número de mortos no bombardeio ocorrido durante a madrugada deste sábado (03) contra um hospital dirigido pela ONG humanitária em Kunduz, no norte do Afeganistão, e situou em 37 o total de feridos.

A MSF esclareceu através de um comunicado que todos os mortos são integrantes da organização, assim como 19 dos feridos, e acrescentou que as vítimas mais graves foram transferidas para um hospital regional em Puli Khumri, a cerca de duas horas de distância.

Além disso, a organização humanitária revelou que muitos pacientes e funcionários da MSF se encontram em “paradeiro desconhecido”, por isso o número de vítimas pode aumentar na medida em que forem progredindo as investigações sobre este “horrível” bombardeio.

A MSF condenou “nos termos mais enérgicos” o ataque ao hospital, que ficou “parcialmente destruído”, e ressaltou que tinham dado as coordenadas específicas do centro para todas as partes do conflito, incluídos os talibãs e as tropas afegãs e americanas.

“O bombardeio continuou durante mais de 30 minutos depois de as autoridades militares americanas e afegãs fossem informadas em Cabul e Washington”, denunciou a organização humanitária.

O porta-voz das tropas americanas no Afeganistão, o coronel Brian Tribos, reconheceu que um bombardeio dos EUA em Kunduz pode “ter produzido dano colateral a uma instalação médica próxima”, mas não entrou em detalhes e só acrescentou que o “incidente” está “sob investigação”.

No entanto, o governo afegão, através de seu Ministério da Saúde, confirmou horas depois a autoria americana do bombardeio contra o hospital da MSF em Kunduz.

Recém-retomado

Na segunda-feira, os talibãs tomaram Kunduz em um ataque que tirou as autoridades da cidade, estratégica para as comunicações do norte do país, na vitória mais importante dos insurgentes desde que foram tirados do poder em 2001.

As tropas afegãs declararam ter retomado a cidade na quinta-feira (1º) com um contra-ataque que contou com apoio aéreo dos Estados Unidos, mas desde então a batalha continua na cidade.

A Otan, que conta com quatro mil militares em tarefas de assistência e capacitação, também participou da campanha de apoio às tropas afegãs.

Os Estados Unidos mantêm uma missão de combate no país que tem 9.800 soldados, que devem permanecer no Afeganistão até o final do ano.

Fotos: Divulgação/ Médicos Sem Fronteira

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