Avião que caiu na Rússia é “moderníssimo”, diz especialista

  • Por Jovem Pan
  • 11/02/2018 12h02 - Atualizado em 11/02/2018 16h17
Reprodução/Twitter РИА Новости @rianru Primeiras imagens da aeronave Antonov 148, que caiu nos arredores de Moscou, são divulgadas pela imprensa russa; na neve, "o avião precisa ser degelado antes de decolar”

O avião Antonov An-148, modelo que caiu neste domingo (11) nos arredores de Moscou, na Rússia, com 71 pessoas a bordo, é “moderníssimo”, avalia Gianfranco Beting, especialista em aviação e autor de livros sobre acidentes aéreos, em entrevista exclusiva à Jovem Pan.

“Um Antonov 148 é o mais moderno avião produzido pela companhia”, disse Beting. “A (empresa) Antonov é uma senhora construtora de aviões, especializada em aviões de grande porte, mas que entrou no mercado de voos regionais com dois modelos, um deles o 148”.

O especialista afirmou que a aeronave da companhia Saratovskie Avialinii “é um avião moderníssimo e não se pode dizer que ele seja um avião ultrapassado” e alertou que não podemos ter “preconceito” com a aeronave apenas porque ela é produzida na Rússia, parte da antiga União Soviética.

Sobre as informações preliminares do acidente russo, Gianfranco diz que a temperatura, de -5ºC, e a visibilidade no momento da queda, de “2.600 pés, algo como 700 metros”, “não eram condições especialmente ruins”. Ele destacou que “ainda é muito cedo para desenhar qualquer cenário do que pode ter derrubado esse avião”.

Um dos fundadores da Azul Linhas Aéreas, Gianfranco explicou que nas condições climáticas do inverno russo, “o avião precisa ser degelado antes de decolar”, mas pondera que esse é um procedimento que “ocorre centenas de vezes ao dia”.

Primeiro grande acidente pós-Chape

Gianfranco Beting chamou a atenção também para o fato de que a queda da aeronave russa é o primeiro grande acidente envolvendo aeronaves comerciais desde a queda do LaMia 2933, que transportava a equipe da Chapecoense, em novembro de 2016, “interrompendo um ciclo de 15 meses sem nenhum acidente fatal”.

“O ano de 2017 foi o mais seguro da história da aviação”, ressalta o especialista.

Beting lembrou ainda que Antonov An-148 é visualmente um modelo muito parecido com o LaMia 2933, da Chape. A principal diferença é que o modelo russo possui dois motores, em vez dos quatro que tinha o avião que caiu na Colômbia.

O especialista apontou que “um acidente custa em média US$ 700 milhões a US 1,5 bilhão para as companhias aéreas” e enfatizou que “a indústria de aviação é a mais segura do mundo”.

Ouça a entrevista completa:

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