Boinas azuis filipinos escapam de rebeldes sírios após 7 horas de combate

  • Por Agencia EFE
  • 31/08/2014 03h24

Manila, 31 ago (EFE).- Um total de 72 soldados da ONU, os “boinas azuis”, filipinos conseguiram escapar do cerco formado por rebeldes sírios a seus acampamentos nas Colinas de Golã após combater durante sete horas, disseram neste domingo fontes militares nas Filipinas.

“Embora estivessem em menor número, conseguiram escapar no meio da noite quando os rebeldes estavam dormindo”, disse o chefe das Forças Armadas filipinas, o general Gregorio Catapang ao jornal local “Inquirer”.

Na quinta-feira rebeldes sírios, incluídos membros da Frente al Nusra, filial da Al Qaeda na Síria, detiveram 44 boinas azuis de Fiji desdobrados nas Colinas de Golã, entre a Síria e Israel, e pediram ao contingente filipino que entregassem as armas, mas eles se negaram.

Segundo Catapang, os insurgentes atacaram duas posições filipinas da Força das Nações Unidas de Observação da Separação nas Colinas de Golã (UNDOF) no sábado.

Os insurgentes sírios atacaram com armas leves e uma metralhadora antiaérea a posição 69, onde 32 soldados filipinos responderam ao ataque e conseguiram escapar, por terem carros blindados e com a ajuda do exército sírio e um contingente irlandês da ONU.

Mais adiante, uma centena de militantes disparou contra a posição 68, onde havia 40 “boinas azuis” filipinos, que combateram durante sete horas e aproveitaram um cessar-fogo para escapar na meia-noite de sábado.

“Não houve baixas em nossas tropas”, assinalou Catapang. O general indicou que os soldados filipinos estão sãos e salvos no acampamento Ziouani da UNDOF e que permanecerão nas Colinas de Golã até o fim de seu mandato, em outubro.

Os militares filipinos afirmaram que também receberam auxílio dos Estados Unidos, Catar e Israel, mas não detalharam de que tipo.

Em comunicado de imprensa, o Conselho de Segurança condenou no sábado “os contínuos ataques” contra esse contingente de paz, e também a detenção de outros 44 soldados e as restrições ao deslocamento da UNDOF.

“Os membros (do Conselho de Segurança da ONU) exigiram a imediata e incondicional libertação destas forças de paz, e que seu livre trânsito seja garantido”, dizia a nota divulgada pelo órgão da ONU.

Ano passado vários soldados filipinos foram sequestrados por rebeldes sírios, mas foram libertados sem sofrer nenhum dano.

A Força das Nações Unidas de Observação da Separação nas Colinas de Golã (UNDOF) foi criada em 31 de maio de 1974 para supervisionar o acordo entre Síria e Israel, para a retirada de as Colinas de Golã e para vigiar a manutenção da cessação de fogo estipulada entre as partes.

Este destacamento é integrado por 1.223 soldados de seis países (Fiji, Índia, Irlanda, Nepal, Holanda e Filipinas), de acordo com dados de fim de julho. EFE

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