Bombardeios contra guerrilha curda ameaçam cessar-fogo, diz imprensa

  • Por Agencia EFE
  • 01/07/2015 09h45

Istambul, 1 jul (EFE).- Novos bombardeios feitos por caças turcos contra posições do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) no norte do Iraque colocam o cessar-fogo que esta guerrilha mantém desde 2013 em risco, afirma nesta quarta-feira o jornal turco “Cumhuriyet”.

Em dois anos, essa é a primeira vez que a força aérea turca bombardeia os acampamentos da guerrilha ao sul da fronteira turco-iraquiana, estampa o jornal em sua capa.

Os caças turcos decolaram ontem após duas séries de tiros de metralhadoras pesadas contra quartéis em Hakkari, registrados na noite da segunda-feira e na manhã de terça-feira, que não causaram vítimas ou danos materiais, segundo uma nota do Estado-Maior do exército.

Um comunicado do PKK, divulgado ontem pela agência “Firat”, advertiu que com esse bombardeio, o exército turco “pôs fim unilateral” ao cessar-fogo. Ele ressaltou que esse ataque, que não deixou vítimas, é só o último de uma série de “reiteradas violações” da trégua, que a guerrilha respondeu apenas com “disparos de advertência”.

O “Firat” publicou os comunicados do PKK sobre ataques com morteiros a partir de posições turcas na fronteira em fevereiro e maio, mas não geraram repercussão midiática.

Desde 1º de maio houve 14 tiroteios entre guerrilheiros e militares na região montanhosa de Hakkari, todos sem causar vítimas, salvo uma menina ferida por estilhaços, segundo um comunicado do governado de Hakkari emitido ontem.

Os incidentes constam no registro do Estado-Maior, mas é a primeira vez que estes atritos entre guerrilha e exército dão lugar a um debate na imprensa sobre um possível fim do cessar-fogo.

O ataque aéreo “dirigido contra forças guerrilheiras não envolvidas em atividades militares, foi efetuado como resultado de uma mentalidade que não quer resolver a questão curda de forma democrática”, diz o PKK, também citado no comunicado. A guerrilha sugere que a decisão do bombardeio foi tomada na reunião do Conselho de Segurança Nacional turco realizada na segunda-feira. EFE

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