Brasil e Paraguai estão à procura de prefeito suspeito de morte de jornalista

  • Por Agencia EFE
  • 20/10/2014 14h57

Assunção, 20 out (EFE).- A polícia do Paraguai está colaborando com a brasileira nas buscas por Vilmar Acosta, prefeito paraguaio membro do Partido Colorado, que governa o país, por seu envolvimento com o assassinato do jornalista Pablo Medina e de sua assistente, Antonia Almada, informou nesta segunda-feira a promotoria local.

O irmão do prefeito, Wilson Acosta, também é procurado, suspeito de ser um dos autores materiais dos crimes, ocorridos na quinta-feira no departamento (estado) de Canindeyú, que faz fronteira com o Brasil.

A promotoria de Curuguaty, a principal cidade do departamento, trabalha com a hipótese de que ambos poderiam ter atravessado a fronteira com o Brasil.

“Não se descarta solicitar uma ordem de captura internacional”, disse Nestor Cañete, promotor de Curuguaty.

Vilmar Acosta, prefeito da cidade de Ypehu, é considerado foragido desde o último sábado, assim como seu irmão, que também é acusado pelas mortes de Medina, de 53 anos e correspondente do jornal “ABC Color”, e de Antonia, de 19.

Medina foi assassinado na quinta-feira junto com Antonia quando viajavam em um automóvel em uma estrada do departamento de Canindeyú.

A única sobrevivente do atentado é Juana Ruth Almada, irmã da jovem assassinada, que viajava no mesmo veículo e relatou o acontecido.

O advogado de Vilmar Acosta, Vicente Alderete, declarou hoje à rádio “Primero de Marzo” que falou pela última vez com seu cliente na sexta-feira e que o aconselhou a se colocar à disposição da Justiça.

O advogado disse desconhecer os motivos pelos quais Acosta se encontra foragido.

Também hoje, a deputada do departamento de Canindeyú, Cristina Villalba, emitiu um comunicado para negar qualquer envolvimento com a fuga do prefeito, como foi divulgado em alguns jornais paraguaios.

O “ABC Color” publicou hoje em seu site que Cristina Villalba, que também faz parte do Partido Colorado, é a protetora de Vilmar Acosta.

No entanto, a deputada declarou que as informações divulgadas pelo jornal são infundadas e irresponsáveis, baseadas em calúnias e falsidades.

Além disso, Cristina ofereceu hoje uma entrevista coletiva na qual informou que conversou com Acosta pelo telefone e que ela o aconselhou “a se entregar”.

O ministro do Interior, Francisco de Vargas, anunciou hoje a aplicação de medidas de segurança policial para os jornalistas radicados em Curuguaty e para os que foram enviados ao local como correspondentes para cobrir o crime.

A região de Canindeyú é uma das principais produtoras de maconha do Paraguai, que tem como principal mercado o Brasil.

Medina vinha denunciando essas atividades e o suposto envolvimento de alguns dos políticos locais com o narcotráfico. EFE

jm/rpr

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