Brasil intensifica luta contra drogas, mas se destaca como país de passagem

  • Por Agencia EFE
  • 03/03/2015 09h11

Viena, 3 mar (EFE).- A luta do Brasil contra o narcotráfico se intensificou, mas não deixa de ser um dos principais países de passagem da cocaína andina rumo à África e Europa, assim como de precursores para sintetizar essa droga.

A situação, que não é nova, é ressaltada no relatório de 2014 da Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes (Jife) divulgado nesta terça-feira, onde lembra que, além da cocaína e seus precursores, ao Brasil chegam também anfetaminas e alucinógenos, muitas vezes procedentes do Velho Continente.

“O Brasil, com suas vastas fronteiras terrestres com os três principais países produtores de cocaína e sua extensa costa atlântica, continua sendo um importante país de passagem para o tráfico de cocaína rumo à África Ocidental e Central, Europa e África do Sul”, indica a Jife.

Além disso, o Brasil é “um importante país de destino de grandes quantidades de cocaína”, acrescenta o relatório.

O órgão autônomo do sistema das Nações Unidas encarregado de velar pelo cumprimento dos convênios internacionais sobre drogas reconhece os renovados esforços do governo do Brasil para lutar contra o flagelo do narcotráfico.

Assim, por exemplo, destaca que em 2014 foi “promulgada uma nova lei para garantir a destruição expedita dos cultivos ilícitos e as drogas apreendidas, com a exceção das pequenas amostras que seriam utilizadas para análise legista e em procedimentos penais.”

A Junta destaca também o forte aumento da criação de centros de atendimento que o governo realizou, no marco dos esforços para prevenir a toxicomania.

Se em 2002 o país contava com 424 centros deste tipo, em 2012 eram já 2.067, segundo os dados que a ONU dispõe.

“Entre os objetivos declarados desses centros figuram a prevenção do uso indevido de drogas e a reabilitação e reinserção social dos toxicômanas”, diz o relatório.

Além do problema do consumo da cocaína, o Brasil, assim como outros vários países da América do Sul, é um consumidor do êxtases que se produz na Europa, ressalta.

“Os volumes de apreensão de ecstasy mais numerosos da região -os da Argentina, Brasil e Colômbia- denotam um consumo considerável dessa substância nesses países”, explica a Jife, que assinala que, além disso, nesses países são registradas apreensões de outros alucinógenos, sobretudo de LSD.

“Em 2012, os maiores volumes de apreensão de LSD da América do Sul corresponderam à Argentina (87.605 doses) e Brasil (65.033 doses, que diminuíram para 56.680 doses em 2013).

Quanto à maioria dos precursores, nos três principais países produtores de cocaína (Colômbia, Peru e Bolívia) é também de onde vem as maiores quantidades dessas substâncias, necessárias para a sínteses de cocaína na América do Sul.

“No entanto, no que constituiu um desvio a respeito dessa tendência, em 2012 foi expropriado no Brasil o maior volume de ácido clorídrico (91.697 litros) da região e o maior volume de metiletilcetona (3.308 litros) do mundo. EFE

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