Califórnia deixará de separar presos por raça após distúrbios internos

  • Por Agencia EFE
  • 24/10/2014 03h38

San Francisco, 23 out (EFE).- As prisões da Califórnia, nos Estados Unidos, deixarão de isolar os presos em celas por critério de raça quando houver distúrbios, anunciou nesta quinta-feira o governo estadual.

Até agora, se um grupo de detentos brancos iniciava uma briga, a prisão separava os outros brancos que não tivessem participado para evitar mais violência, e o mesmo se passava com os outros grupos raciais.

As autoridades carcerárias consideravam a separação uma ferramenta para garantir a segurança, já que evitava novos episódios de violência em consequência de rivalidades internas ou das brigas.

Segundo o “Los Angeles Times”, um grupo de presos afro-americanos agrediu em 2006 dois guardas na prisão estadual do deserto do norte da Califórnia, e após esse episódio todos os detentos negros ficaram isolados durante 14 meses, privados de praticar atividades ao ar livre e de comparecer a programas de reabilitação.

Esta política foi denunciada pelos advogados dos presos, que entraram com uma ação contra o Departamento de Correções e Reabilitação do estado em 2008 e estiveram litigando nos tribunais desde então.

Segundo os advogados dos detentos, a cada ano acontecem nas prisões da Califórnia até 160 isolamentos de seis semanas ou mais com base em critérios raciais.

O acordo anunciado hoje entre as partes deveria pôr fim à disputa nos tribunais.

“Consideramos que este é um bom acordo e achamos com otimismo que a corte o aprovará”, indicou em comunicado a porta-voz do Departamento de Correções e Reabilitação da Califórnia, Terry Thornton.

De agora em diante os casos de distúrbios nas prisões será analisado individualmente para determinar quais detentos devem ser punidos, e presos que não tiverem envolvimento não serão isolados considerando somente o fator raça.

Além disso, os prisioneiros isolados deverão ter direito a se exercitarem ao ar livre depois das duas primeiras semanas.

O isolamento poderá incluir a perda de privilégios como o de receber visitas, correios e ligações telefônicas. EFE

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