Cameron diz que referendo na Crimeia é “ilegal” e não será reconhecido

  • Por Agencia EFE
  • 10/03/2014 15h03

Londres, 10 mar (EFE).- O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, disse hoje na Câmara dos Comuns que o referendo que será realizado na região autônoma ucraniana da Crimeia no domingo para decidir sobre sua anexação à Rússia é “ilegal, ilegítimo e não será reconhecido pela comunidade internacional”.

Em um comparecimento perante os deputados para informar sobre os esforços para resolver a crise na Ucrânia, Cameron afirmou que a consulta, convocada pelo governo pró-Rússia da Crimeia, não pode ser legal “porque não há uma campanha adequada” e a região está cheia de soldados russos.

O líder conservador reiterou que a Rússia quebrou de forma “flagrante” a legislação internacional ao “violar a integridade territorial” da Ucrânia, o que qualificou de “indefensável”, e voltou a advertir que “haverá consequências”, que poderiam representar sanções econômicas.

Neste sentido, explicou que, com os Estados Unidos e seus sócios europeus, acertou-se um plano em três fases com medidas a curto e longo prazo para responder à incursão militar da Rússia no território da Crimeia, cedido à Ucrânia por Moscou em 1954.

A primeira fase foi a suspensão dos preparativos para a cúpula do G8, prevista para ocorrer na Rússia em junho, e o boicote parcial dos Jogos de Sochi, assim como a suspensão das negociações para um novo acordo de vistos e cooperação militar.

Também se propôs o estabelecimento de um grupo de trabalho para facilitar o diálogo entre os governos de Moscou e Kiev, que o Kremlin não reconhece.

Cameron aceitou inclusive uma sugestão do líder da oposição, Ed Miliband, de estudar a exclusão definitiva da Rússia do G8, voltando-se à estrutura do G7.

Em uma segunda fase, prosseguiu Cameron, seriam efetuados o congelamento de ativos e a proibição de viagem a russos, enquanto a terceira etapa incluirá amplas sanções econômicas.

“Estas sanções terão consequências para os Estados-membros (da UE), incluído o Reino Unido, mas as consequências de não fazer nada seriam maiores”, afirmou o primeiro-ministro. EFE

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