Chávez é homenageado com pedido de defesa da revolução bolivariana

  • Por Agencia EFE
  • 29/07/2014 03h22

Nélida Fernández.

Caracas, 28 jul (EFE).- O falecido presidente da Venezuela Hugo Chávez, que completaria 60 anos nesta segunda-feira, recebeu homenagens não só de parte de seus simpatizantes, mas também de várias personalidades políticas que exaltaram seu legado integracionista e pediram a defesa da “revolução” aos seguidores do chavismo.

Os presidentes Evo Morales (Bolívia), Daniel Ortega (Nicarágua), e Salvador Sánchez (El Salvador), assim como os primeiros-ministros Roosevelt Skerry (Dominica) e Gaston Browne (Antígua e Barbuda), compareceram e discursaram em homenagem ao líder bolivariano em um evento popular em Caracas.

Durante as festividades, que ocorrem dentro do terceiro congresso do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), que governa o país, e pouco antes da 64ª Cúpula do Mercosul, os governantes lembraram aquele que promoveu a chamada “revolução bolivariana” e destacaram seu trabalho na luta pela integração da América Latina e do Caribe.

“A melhor homenagem a Hugo é com a união, a melhor homenagem ao irmão Hugo é continuar sendo anti-imperialista, anticapitalista, é a melhor homenagem para levar adiante esta revolução a partir da Venezuela”, disse o presidente boliviano durante o ato em Caracas.

Daniel Ortega, por sua vez, pediu aos “irmãos do PSUV” que lembrem que Chávez vive no partido, mas alertou que “é necessário fortalecer a unidade” para que a organização sirva mais ao povo.

O governante nicaraguense também afirmou que “as batalhas são permanentes” e por isso “é preciso estar defendendo a revolução a cada segundo”. A declaração de Ortega acontece semanas depois que o governo de Nicolás Maduro foi sacudido por fortes críticas por parte de ex-membros do governo Hugo Chávez.

“O presidente Maduro é um homem visionário e o sucessor do comandante Hugo Chávez”, disse em seu discurso Salvador Sánchez, que felicitou a Venezuela “por ser o berço”, do líder bolivariano, a quem teve a oportunidade de conhecer e comprovar que “era um homem transparente e alegre”, dotado “de grande sabedoria”.

O primeiro-ministro Roosevelt Skerry declarou ao público de centenas de militantes chavistas que “as forças imperialistas insistem com as tentativas de solapar todas as conquistas da revolução bolivariana” e, por isso, pediu que os seguidores de Hugo Chávez se comprometessem com sua defesa.

“Os imperialistas acreditam que nós não temos o que é necessário para governar nossos países. Se falharmos nessa tarefa, estaremos falhando com Hugo Chávez”, disse Skerry, ao reforçar a “solidariedade total e absoluta” de seu país ao governo da Venezuela.

Muito parecida foi a mensagem de Gaston Browne, que pediu a defesa “do grandioso legado” de Chávez, que “Maduro continuará construindo”.

Já o presidente venezuelano Nicolás Maduro reiterou que “o império não se cansa de tentar prejudicar a Venezuela” e comentou que o ocorrido com o general Hugo Carvajal, preso em Aruba na última quarta-feira a pedido dos Estados Unidos, foi uma “artimanha” para chantagear os militares venezuelanos.

O presidente comemorou novamente a libertação do ex-chefe da Inteligência Militar venezuelana, que aconteceu ontem, e garantiu que nos próximos dias oferecerá mais informações sobre “todas as artimanhas da emboscada” que foi feita contra Carvajal.

Segundo Maduro, seu governo alcançou, por meios diplomáticos e políticos, “defender a verdade” no caso de Carvajal, que tinha sido designado como cônsul da Venezuela em Aruba.

“Dizemos a todos que a Venezuela deve ser respeitada, que devem aprender a respeitar a dignidade do povo da Venezuela”, enfatizou Maduro, o presidente escolhido pelo próprio Chávez para sucedê-lo no comando.

As comemorações pelo aniversário de 60 anos de Chávez tiveram início à meia-noite com um show pirotécnico e continuou durante o dia com visitas guiadas, lideradas por Maduro, a casa onde nasceu o governante falecido, além de cantos crioulos e muitos bolos que foram cortados em sua homenagem. EFE

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