Chega a 317 os cambojanos vítimas de exploração na Indonésia

  • Por Agencia EFE
  • 30/05/2015 08h42

Phnom Penh, 30 mai (EFE).- O governo do Camboja anunciou neste sábado o resgate de cerca de 200 cidadãos vítimas de exploração na Indonésia, que se somam aos 118 pescadores libertados desde o final de março no arquipélago das Molucas, segundo a imprensa local.

“A embaixada do Camboja cooperou com as autoridades indonésias para resgatar 199 trabalhadores de navios pesqueiros tailandeses na ilha de Ambon, Indonésia”, indicou em comunicado o Ministério das Relações Exteriores do Camboja.

O porta-voz do Ministério, Koy Kuong, assegurou que expedirá passaportes para os cambojanos em Ambon e que imporá as despesas de sua mudança aos donos dos navios, segundo o jornal “Cambodia Daily”.

Centenas de trabalhadores birmaneses, mas também tailandeses, laosianos e cambojanos, foram libertados no final de março pelas autoridades indonésias na ilha de Benjina, onde vários permaneciam em situação de escravidão fechados em jaulas.

Um primeiro grupo de 59 pescadores cambojanos achados em Benjina foi repatriado em 9 de maio, e neste caso, a mudança foi financiada pela agência americana para o desenvolvimento (USAID) e a ONG Winrock.

Segundo testemunhos recolhidos pela imprensa local, os pescadores foram atraídos pelos traficantes com a promessa de trabalhar no setor da construção na Tailândia, mas foram levados para trabalhar em navios em jornadas intermináveis.

A Organização Internacional para a Imigração calcula que entre 3 mil e 4 mil vítimas do tráfico de pessoas permanecem retidas na Indonésia após sofrer exploração em navios pesqueiros, onde inclusive há informações sobre assassinatos.

Organizações como a Human Rights Watch e artigos de jornalismo de investigação denunciaram reiteradamente o tráfico de pessoas na indústria pesqueira do Sudeste Asiático e a venda final do produto por multinacionais alimentícias. EFE

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