Comando ucraniano denuncia novas violações da trégua pelos separatistas

  • Por Agencia EFE
  • 02/03/2015 11h29

Kiev, 2 mar (EFE).- O comando militar ucraniano denunciou nesta segunda-feira novas violações do cessar-fogo por parte das milícias separatistas pró-russas, que foram acusadas de atacar ontem dezenas de vezes as posições das forças governamentais no leste da Ucrânia.

“Os terroristas (os milicianos) utilizaram artilharia 14 vezes e armas leves e lança-granadas em outras 38”, denuncia um comunicado militar divulgado no Facebook.

O comando das forças de Kiev desdobradas na zona do conflito acrescentou que os separatistas tentaram sem sucesso tomar as posições das tropas ucranianas em duas ocasiões: junto a Avdeyevka, na região de Donetsk, e nos arredores de Luganskoye, na região de Lugansk.

As milícias separatistas anunciaram neste domingo que completaram a retirada de seu armamento pesado da linha de separação de forças como estabelecem os acordos de Minsk.

O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional e Defesa da Ucrânia, o coronel Andrei Lisenko, replicou nesta segunda-feira, em entrevista coletiva, que essas declarações não correspondem com a realidade.

Lisenko explicou que a retirada de armamento pesado que os separatistas apontam não é tal, já que “ou se trata de um reagrupamento de forças em zonas onde planejam ataques ou pela noite devolvem esse armamento a suas anteriores posições”.

“Se a situação não piorar, a parte ucraniana continuará recuando seu armamento pesado, mas ainda é prematuro falar disso “, disse Lisenko.

O porta-voz sustentou que isto obedece ao fato das milícias pró-russas descumprirem o cessar-fogo.

“Todos dias observamos violações da trégua, que incluem os uso do armamento pesado que os guerrilheiros já deviam ter retirado da primeira linha”, recalcou o porta-voz militar.

A retirada do armamento pesado é o segundo dos 13 pontos que contemplam os acordos assinados em Minsk em 12 de fevereiro, após negociações entre Ucrânia, Rússia, Alemanha e França.

A medida procura criar ao longo da linha de separação de forças uma faixa de pelo menos 50 quilômetros de largura livre de armamento pesado.

Segundo a missão especial da Organização para a Cooperação e Segurança na Europa (OSCE) que deve supervisionar este processo, a grande extensão do território do onde deve ser retirada a artilharia e outro armamento pesado dificulta enormemente a verificação da retirada. EFE

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