Congresso mundial de médicos rejeita armas nucleares como fator de contenção

  • Por Agencia EFE
  • 28/08/2014 22h26

Vladimir Mkrtchan.

Astana (Cazaquistão), 28 ago (EFE).- O 21º congresso mundial de Médicos contra a Guerra Nuclear rejeitou nesta quinta-feira os argumentos das grandes potências que justificam a posse de armas atômicas como fator de contenção.

“Temos que ajudá-los (os políticos) a perceber que se as armas nucleares ainda não foram utilizadas (em guerras), isso é só porque tivemos muita sorte”, afirmou o americano Ira Helfand durante a segunda jornada do fórum realizado em Astana, capital do Cazaquistão.

Presidente do Congresso Mundial da Associação Internacional de Médicos para a Prevenção da Guerra Nuclear (IPPNW) nos EUA, Helfand advertiu que as frequentes alegações sobre a necessidade de usar as armas atômicas para prevenir grandes conflitos bélicos vão levar o planeta “a uma guerra nuclear”.

“É só questão de tempo”, apontou.

No mesmo tom se expressou Abay Baygenzhin, presidente do Congresso, que disse à Agência Efe que “só é uma ilusão pensar que as armas nucleares são um fator de contenção”.

Ele reiterou a disposição do Cazaquistão, expressada em várias ocasiões pelo presidente do país, Nursultan Nazarbayev, a “assinar qualquer documento que busque proibir as armas nucleares ou conter sua proliferação”.

Além disso, ele declarou que nesta ocasião a agenda do fórum foi ampliada e incluiu, entre outros temas, a violência armada, em particular, contra as mulheres.

Mais de 500 delegados de 50 países estão reunidos na capital cazaque para participar do congresso, que tem como tema “Da proibição dos testes nucleares a um mundo livre de armas atômicas”.

“O objetivo deste encontro é chamar a atenção do mundo para a natureza e as ameaças das armas nucleares”, afirmou Frank Boulton, representante do Reino Unido.

Ele acrescentou que “a meta principal é conseguir o mais breve possível um acordo de proibição assinado por todas as nações do mundo”.

“Tenho a sensação de que enquanto houver países cujos povos e líderes se sintam seguros sem armas atômicas, trata-se de um progresso, progresso ao qual devemos aspirar”, disse.

Por outro lado, “enquanto houver povos e líderes que se sentem seguros só se as possuem (as armas), temos um problema”, acrescentou.

Boulton se uniu aos apelos de outros participantes do fórum a mudar esse “errôneo” enfoque para prevenir uma guerra nuclear que “acabaria com a humanidade”. EFE

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