Conselho de Segurança da ONU condena ataque na Tunísia, que matou 13

  • Por Agência Brasil e EFE
  • 25/11/2015 11h09
EFE/Mohamed Messara Policiais forenses tunisianos inspecionam carcaça de ônibus após atentado que deixou ao menos 13 mortos e 20 feridos

O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) condenou nesta quarta-feira (25) o ataque perpetrado ontem em Tunes, afirmando “que nenhum atentado terrorista poderá desviar a Tunísia da sua marcha rumo à democracia e dos seus esforços de recuperação econômica”.

Em declaração unânime, os 15 membros do Conselho de Segurança pedem aos países-membros da ONU para “cooperarem ativamente com as autoridades tunisinas” para levar à justiça os responsáveis e patrocinadores desse “ato de ódio”, que fez 13 mortos.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, também denunciou o ataque contra um ônibus da segurança presidencial em Tunes.

Segundo o seu porta-voz, Ban Ki-Moon “reiterou que as Nações Unidas continuarão ao lado do povo tunisino na sua luta contra o flagelo do terrorismo e nos seus esforços para consolidar e reforçar a democracia”.

A presidência da Tunísia instaurou, ontem à noite, estado de emergência no país e a imposição de toque de recolher obrigatório na área metropolitana da capital Tunes.

O atentado aconteceu por volta das 17h30 (14h30 em Brasília) de terça (24) na avenida Mohammed V, uma das principais artérias da capital, quando uma bomba explodiu na passagem de um ônibus da guarda presidencial na frente da sede do antigo partido do ditador Zine El Abidine Ben Ali, derrubado em 2011.

Até o momento nenhum grupo reivindicou o massacre, mas as autoridades apontaram como responsáveis os grupos jihadistas locais vinculados ao autoproclamado Estado Islâmico (EI) que combatem o governo desde 2011 na região de Kaserin, região montanhosa próxima à fronteira com a Argélia.

Essa área é, há quatro anos, lugar de reunião para membros de movimentos radicais como o próprio EI e a organização da Al Qaeda no Magrebe Islâmico (AQMI), que partem dali para combater em Síria, Iraque e Líbia.

Por causa do atentado, ontem à noite o presidente do país, Beji Caid Essebsi, decretou estado de emergência durante 30 dias e impôs um toque de recolher noturno.

Desde as 7h da manhã (4h em Brasília) de hoje ele está reunido a equipe de governo e o gabinete de crise para desenhar novas medidas de segurança.

Na rua, no entanto, reina a calma nesta manhã, com o trânsito um pouco pior do que o normal por causa dos vários postos de controle estabelecidos em vários pontos da capital, onde a presença da polícia é maior.

Atividades como o Festival de Cinema de Cartago, o mais antigo da África, mantiveram a programação habitual, apesar de ser considerado um alvo dos jihadistas.

“Não queremos que os terroristas vençam e imponham o medo, que é o que querem. Estamos tristes, estamos com raiva, mas não estamos abatidos. Vamos continuar”, garantiu Saleh Bakara, um comerciante do centro da capital, resumindo o sentimento de muitos de seus compatriotas.

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