Controle do Senado é a principal disputa em jogo na eleição nos EUA

  • Por Agencia EFE
  • 31/10/2014 20h20

Raquel Godos.

Washington, 31 out (EFE).- O controle do Senado é o maior troféu da eleição legislativa dos Estados Unidos, no próximo dia 4, em que os republicanos só precisam de mais seis cadeiras para conseguir maioria na casa e ter nas mãos todo o Congresso.

Os eleitores americanos escolherão na próxima terça-feira metade dos 435 deputados da Câmara dos Representantes, que segundo todos os analistas, permanecerá com maioria republicana.

No total, 36 senadores também serão eleitos. Além disso, 36 estados escolherão governadores e outros postos das administrações estaduais, além de 125 propostas populares em referendo.

Os democratas têm hoje 55 cadeiras do Senado, e os republicanos, 45. Já na Câmara, são 199 democratas e 233 republicanos, além dos três postos vagos.

A grande pergunta é, portanto, se os conservadores conseguirão esses seis senadores a mais e, assim, conquistar a maioria nas duas câmaras, uma situação que dificultaria muito os dois últimos anos do presidente Barack Obama no Salão Oval.

Encorajados pelos baixos índices de popularidade do presidente, os republicanos tenta colar nos democratas as “políticas fracassadas” de Obama para afastar os eleitores das urnas, além do fato histórico de o eleitorado mais progressista tender a ficar em casa em eleições legislativas.

“Obama tem números de aprovação muito baixos, e é importante para os candidatos democratas não se associarem a Obama, mas se basearem em assuntos estaduais e locais, onde podem esgrimir uma sólida argumentação a seu favor”, explicou à Agência Efe o professor de Ciência Política da Universidade de Iowa, Steffen Schmidt.

“Os escândalos da administração Obama com o Serviço Secreto, os problemas da administração de Veteranos, a Síria e inclusive a resposta ao ebola tornaram o presidente um grande problema para os democratas. Por isso estão fazendo campanhas locais. Em alguns casos, inclusive criticando Obama”, ressaltou Schmidt.

Todos os analistas assumem que os republicanos vencerão os democratas em três estados em que o atual senador não é candidato à reeleição, Montana, Dakota do Sul e Virgínia Ocidental.

Deste modo, a batalha mais intensa ficou concentrada em cinco estados chave, nos quais os republicanos só precisariam de três vitórias, e os prognósticos oscilaram nas últimas semanas, criando um cenário de incerteza.

Um deles é a Carolina do Norte, estado em que Obama venceu em 2008 e perdeu em 2012, e onde as minorias podem ser o fiel da balança.

Iowa é outro. A princípio, os democratas tinham certeza da vitória de Bruce Braley para o lugar do senador Tom Harkin, mas uma série de tropeços do candidato diminuíram suas chances.

Mesmo ou maior peso tem o Colorado, estado que também sofre grandes mudanças demográficas e que, se acabar em mãos republicanas, quase garantiria aos conservadores o controle do Congresso.

Enquanto isso, em dois estados republicanos, Louisiana e Arkansas, dois senadores democratas, Mary Landrieu e Mark Prior, lutam para conservar seus assentos em meio à campanha antidemocrata lançada pelos republicanos que se aproveitam das turbulências pelas quais a Casa Branca passa.

Assim, as expectativas parecem mais positivas para os conservadores, que têm margem de erro para conquistar a maioria no Senado, mas muitos também advertem para o descontentamento generalizado que a maioria republicana provocou na câmara ano passado, que chegou a provocar o fechamento do governo em outubro do ano passado. EFE

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