Decisão de Trump sobre Cuba gera críticas de republicanos no Congresso

  • Por Estadão Conteúdo
  • 17/06/2017 19h54 - Atualizado em 29/06/2017 00h40
-FOTODELDIA- WAS30. WASHINGTON (ESTADOS UNIDOS), 01/06/2017.- El presidente de EE.UU., Donald Trump, pronuncia un discurso hoy, jueves 1 de junio de 2017, en la Casa Blanca, Washington (EE.UU.). Donald Trump anunció hoy su decisión de sacar al país del Acuerdo de París contra el cambio climático, adoptado por casi 200 países en 2015, hoy, jueves 1 de junio de 2017, en la Casa Blanca, Washington (Estados Unidos). EFE/Molly Riley EFE/Molly Riley Donald Trump discursa na Casa Branca após anunciar decisão de tirar os EUA do acordo de Paris

A decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, de reverter algumas das políticas da administração de Barack Obama para Cuba surpreendeu muitos republicanos no Congresso, que dizem que a nova abordagem entrega para concorrentes um mercado potencialmente lucrativo para bens e serviços norte-americanos.

Enquanto conservadores anticastristas saudaram a decisão de Trump, outros legisladores republicanos, particularmente dos Estados agrícolas, classificaram a mudança como equivocada e isolacionista. Eles pediram que os EUA aliviem as barreiras com Havana, algo que impulsionaria o comércio e criaria empregos em ambos os países.

O deputado republicano Rick Crawford, de Arkansas, disse que a mudança é mais do que apenas uma oportunidade perdida para o setor rural, que se beneficiaria de um acesso mais amplo ao mercado cubano. Ele disse que a política de Trump pode colocar a segurança nacional dos EUA em risco à medida que concorrentes estratégicos se movimentam para preencher o vazio criado por esse afastamento. Isso “abre oportunidades para países como Irã, Rússia, Coreia do Norte e China ganharem influência em uma ilha a 140 quilômetros de nossa costa”, disse Crawford.

O senador republicano Jeff Flake, do Arizona, um crítico frequente de Trump durante a campanha presidencial de 2016, disse que qualquer mudança na política “que diminua a capacidade dos americanos de viajar livremente a Cuba não é do interesse do Estados Unidos ou do povo cubano”. Flake é um dos opositores mais ferrenhos à reversão das políticas de Obama para Havana. Ele advertiu que a volta de uma política “linha dura” afeta os cubanos que dependem cada vez mais do turismo.

Durante um discurso na sexta-feira em Miami, Trump disse que a decisão é o cumprimento de uma promessa de campanha. A abordagem da Trump tem como objetivo interromper o fluxo de dinheiro dos EUA para militares cubanos, mas com a manutenção de relações diplomáticas. As companhias aéreas dos EUA e os navios de cruzeiro ainda teriam permissão para atender a ilha.

No entanto, o governo dos EUA terá a complicada tarefa de policiar viagens de americanos a Cuba para garantir que não haja transações com o conglomerado vinculado aos militares que administra grande parte da economia cubana.

O senador Marco Rubio e o representante Mario Diaz-Balart, republicanos que se opunham fortemente à política de Obama para Cuba, estavam com Trump quando o presidente anunciou as mudanças

O deputado republicano Tom Emmer, de Minnesota, disse que a nova política de Trump “vai prejudicar os Estados Unidos economicamente, tornando mais difícil para os agricultores de nossa nação acessar novos mercados e debilitando nossas indústrias de viagens e manufatura”.

Emmer, que tem sido um dos maiores defensores de Trump no Capitólio, ecoou as críticas de Crawford, dizendo que a decisão de Trump parece violar sua promessa de manter o país seguro. Emmer, Crawford e outros cinco republicanos da Câmara alertaram que a reversão da política para Cuba poderia ameaçar novos acordos bilaterais com Havana para combater o tráfico de pessoas, drogas e crimes cibernéticos.

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