Deputados britânicos aprovam realização de eleições antecipadas em 8 de junho

  • Por EFE
  • 19/04/2017 12h26
EFE Theresa May - EFE

A Câmara dos Comuns do Reino Unido aprovou nesta quarta-feira, com 522 votos a favor e 13 contra, a realização de eleições gerais antecipadas no Reino Unido no dia 8 de junho que foi proposta pela primeira-ministra, a conservadora Theresa May.

A premiê, que chegou ao poder sem passar pelas urnas após o referendo sobre a União Europeia (UE) em 23 de junho do ano passado, anunciou ontem de surpresa sua intenção de realizar estas eleições com o fim de assegurar seu mandato para as negociações com Bruxelas para o “Brexit”.

Os parlamentares deram sua autorização a uma moção governamental para a convocação de eleições nessa data, ao invés do pleito que estava previsto para maio de 2020, quando terminaria a atual legislatura.

Para prosperar, o texto necessitava do apoio de dois terços da Câmara, que tem um total de 650 cadeiras, o que obteve amplamente graças ao apoio da maioria conservadora e da oposição trabalhista e liberal-democrata, com a abstenção dos independentistas escoceses.

Após a aprovação desta moção, espera-se que o parlamento se dissolva em 3 de maio – na véspera das eleições municipais no Reino Unido – para dar início à campanha eleitoral.

May e o líder do principal partido da oposição, o trabalhista Jeremy Corbyn, trocaram duras acusações durante o debate parlamentar sobre as eleições.

Em sua intervenção, a líder conservadora acusou o dirigente social democrata de “não estar capacitado” para dirigir o Reino Unido, enquanto este afirmou que ela quebrou sua promessa de não convocar, em nenhum caso, eleições gerais antecipadas.

“Cumprimentamos a convocação de eleições, mas esta é uma primeira-ministra que disse que elas não ocorreriam, uma primeira-ministra na qual não se pode confiar”, afirmou Corbyn, que acusou May de também querer “fugir” dos debates televisivos, nos quais ela se nega a participar.

A líder conservadora reiterou que era necessário antecipar as eleições, que originalmente estavam previstas para 2020, com o objetivo de garantir “estabilidade e liderança” ao país para as negociações com Bruxelas para a saída da UE.

“Há três coisas que um país necessita: uma economia forte, uma defesa forte e uma liderança forte e estável”, declarou a chefe de governo, que afirmou que “isto é o que os conservadores oferecerão nestas eleições”.

Já o líder do Partido Liberal-democrata, Tim Farron, disse que May “espera uma coroação, não uma competição” nestas eleições, enquanto o porta-voz do Partido Nacionalista Escocês (SNP, sigla em inglês), Angus Robertson, alertou para o perigo de um governo conservador majoritário e “sem restrições”.

Apesar de terem acusado May de oportunismo, já que seu partido lidera as pesquisas eleitorais, os principais grupos da oposição decidiram apoiar esta inesperada convocação de eleições em uma tentativa de aumentar sua base parlamentar para as negociações do “Brexit”.

May ativou em 29 de março o artigo 50 do Tratado de Lisboa, o que deu início ao período de dois anos de negociações com Bruxelas para a saída do Reino Unido da União Europeia.

O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, indicou hoje que a autêntica negociação sobre o “Brexit” começará após as eleições britânicas de junho.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.