Eleições para novo parlamento da Ucrânia tem 7 partidos favoritos a vagas

  • Por Agencia EFE
  • 26/10/2014 06h57

Virgínia Hebrero.

Kiev, 26 out (EFE).- Realizada neste domingo, a eleição que vai definir a nova composição da Rada, parlamento da Ucrânia, tem sete partidos considerados favoritos a ficar com as vagas.

A maior parte deles é de tendência pró-Ocidente e europeísta, e muitos de seus partidários participaram do Maidan, a série de protestos no centro de Kiev que levou ao fim, em fevereiro, do governo de Viktor Yanukovich.

O partido que mais vai obter cadeiras no parlamento, segundo as últimas pesquisas, é o Bloco Petro Poroshenko, aglutinado em torno do atual presidente da Ucrânia. A legenda, dizem as pesquisas, receberá de 30% a 50% dos votos.

O magnata Poroshenko, conhecido como “Rei do chocolate” em seu país por seus negócios no setor de doces, venceu a eleição presidencial de 25 de maio e é visto como um político pragmático e moderado pelo Ocidente.

Patrocinador da Revolução Laranja de 2004 e do Maidan, ele é um europeísta convicto que assumiu como objetivo reformar o governo para solicitar a entrada na União Europeia em 2020.

Entre os principais candidatos deste bloco está o atual prefeito de Kiev e ex-campeão mundial de boxe, Vitali Klitschko, uma das personalidades mais carismáticas das manifestações do Maidan, nas quais fez discursos muito aplaudidos e tentou intermediar o fim dos confrontos entre manifestantes e as forças da ordem.

Outro candidato de destaque pelo partido é Mustafa Dzhemilev, ex-líder da comunidade tártara da Crimeia, uma população que teme por seu futuro após a anexação dessa península pela Rússia em março.

As pesquisas apontam como a segunda legenda mais votada o Partido Radical, de Oleg Liashko. Polêmico e populista, obteria 13% dos votos graças a sua implacável posição para com os separatistas pró-Rússia do leste do país, que o levou a criticar duramente Poroshenko por tentar um processo de paz que vê como uma rendição.

Liashko chegou a acusar Poroshenko de “queimar soldados ucranianos em fornos crematórios alemães” e de ocultar que 8.000 destes teriam morrido nos combates com os insurgentes.

A Frente Popular, criada pelo atual primeiro-ministro, Arseni Yatseniuk, obteria 11% dos votos. O experiente político, além de premiê, já foi chefe da Rada e ministro das Relações Exteriores, e também é um europeísta convicto.

Além dele, o partido conta com outros destacados membros do poder atual, como Alexander Turchinov, presidente do parlamento, e Andrei Parubi, ex-chefe do Conselho Nacional de Segurança Nacional.

Na quarta posição da última pesquisa está uma legenda até agora desconhecida, Autoajuda, liderada pelo prefeito da principal cidade do oeste da Ucrânia (Lviv), Andrei Sadovi, com 8,5%.

O partido da ex-primeira-ministra ucraniana Yulia Tymoshenko, Batkivschina (Pátria), que oscila muito nas pesquisas, aparece agora em quinto lugar, com 7,5% – em anteriores, era inclusive vista fora da nova Rada.

Em um golpe de efeito, a própria Tymoshenko se conformou com o número dois da chapa para deixar que ela fosse liderada por Nadezhda Savchenko, uma piloto ucraniana presa na Rússia.

A jovem militar foi detida por insurgentes pró-Rússia em Lugansk em junho e transferida depois à Rússia, que a quer julgar como suposta responsável pela morte de dois repórteres russos que cobriam a guerra.

O Bloco Opositor, no qual se refugiaram alguns dos membros do anterior Partido das Regiões de Yanukovich após seu desmantelamento, entraria na Rada liderado por Yuri Boiko, ex-vice-primeiro-ministro, com 6% dos votos.

A legenda Ucrânia Forte, do ex-governador do Banco Central da Ucrânia Sergey Tigipko, seria a outra representação dos setores pró-Rússia na Rada, se obtiver os 5,8% dos votos atribuídos por uma das últimas pesquisas. EFE

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