Enterrada egípcia que morreu na véspera do quarto aniversário dos protestos

  • Por Agencia EFE
  • 25/01/2015 15h08

Cairo, 25 jan (EFE).- Centenas de pessoas participaram neste domingo na cidade de Alexandria, no Egito, do funeral da ativista Shaima al-Sabbagh, morta ontem no Cairo quando a polícia dispersava uma concentração perto da emblemática Praça Tahrir, informaram vários veículos de comunicação do país.

A morte de Shaima, de 33 anos, na véspera do quarto aniversário dos protestos que forçaram a renúncia do ditador Hosni Mubarak em 25 de janeiro de 2011, se transformou no principal tema do dia nas redes sociais egípcias.

O fato também chamou a atenção da imprensa. O jornal “Al Masry al Youm” mostra uma impactante foto da jovem momentos depois de ser atingida pelo tiro. Na imagem ela aparece respingada de sangue, com o olhar perdido e abraçada por um homem na rua que liga as praças de Talaat Harb e Tahrir.

O partido da Aliança Popular Socialista, ao que Shaima fazia parte, denunciou que a ativista morreu pelos disparos de balas de chumbo efetuados pela polícia quando tentava chegar a Tahrir. Ela pretendia colocar uma coroa de flores em homenagem às vítimas do levantamento popular contra o regime egípcio.

A Justiça abriu investigação e, segundo um relatório preliminar, a polícia utilizou apenas gás lacrimogêneo para tentar dispersar os manifestantes. O relatório, divulgado pela agência oficial de notícias “Mena”, não explica os motivos da morte, e afirma que várias pessoas que participavam do protesto lançaram fogos de artifício contra os policiais.

O Ministério do Interior, que também começou a investigar os fatos, informou sobre a detenção de seis pessoas pela utilização destes fogos de artifício, mas evitou falar sobre as causas da morte da jovem.

Por sua vez, o Ministério da Saúde confirmou a morte de três pessoas desde o começo do dia, sendo uma delas um egípcio simpatizante da organização Irmandade Muçulmana, que morreu durante uma manifestação em Alexandria.

De acordo com o Ministério do Interior, o manifestante carregava uma metralhadora quando foi atingido pelas forças de segurança. Outras duas pessoas morreram na explosão de uma bomba que tentavam colocar em uma torre de eletricidade, de acordo às mesmas fontes.

A Irmandade Muçulmana, declarada como organização terrorista pelas autoridades, denunciou a morte de outro de seus seguidores durante choques com as forças de segurança no Cairo. EFE

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.