Estado Islâmico liberta 4 jornalistas iraquianos após um mês de sequestro

  • Por Agencia EFE
  • 26/11/2014 16h08

Mossul (Iraque), 26 nov (EFE).- O grupo jihadista Estado Islâmico (EI) libertou quatro jornalistas iraquianos nesta quarta-feira após mantê-los como reféns durante mais de um mês na cidade de Mossul, informou à Agência Efe o chefe do Comitê Iraquiano de Defesa dos Direitos dos Jornalistas, Ibrahim Serayi.

Os repórteres, que trabalham para a emissora pública local “Samá”, foram sequestrados no dia 26 de outubro e retidos em um dos centros de detenção do grupo na cidade de Mossul, capital da província de Ninawa, no norte do Iraque.

Serayi acrescentou que o sequestro destes jornalistas foi “ambíguo”, já que os jihadistas não revelaram o motivo, e que foram libertados após serem interrogados pela organização.

No último dia 18, o EI libertou outros seis jornalistas iraquianos que trabalham para a mesma emissora e que foram sequestrados e retidos em um lugar desconhecido em Mossul durante 20 dias.

Para Serayi, Mossul continua sendo um lugar perigoso para os jornalistas, onde no ponto de mira estão, sobretudo, os que criticam o terrorismo ou apoiam o governo iraquiano, o que lhes obriga a trabalhar na clandestinidade.

Além dos sequestros, o grupo terrorista também assassinou recentemente a apresentadora do canal “Al Mosulia”, Mislon Yauadi.

O EI, que proclamou um califado nas áreas sob seu controle no Iraque e na Síria, também sequestrou jornalistas ocidentais em território sírio e decapitou os americanos James Foley e Steven Sotloff.

Em meados deste mês, o EI emitiu uma gravação atribuída a seu líder, Abu Bakr al-Baghdadi, na qual anunciou a expansão do califado aos países do Golfo Pérsico e do norte da África, onde outras organizações radicais lhe juraram lealdade.

A ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF) condenou no final do mês passado a “perseguição criminosa e fanática” do EI aos jornalistas e destacou que as áreas controladas por esse grupo se transformaram em “buracos negros para a informação”. EFE

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