Estudantes e policiais mexicanos se enfrentam nos arredores de aeroporto

  • Por Agencia EFE
  • 20/11/2014 20h02

Cidade do México, 20 nov (EFE).- Cerca de 200 jovens entraram em conflito nesta quinta-feira com um grupo antidistúrbios da polícia nas imediações do Aeroporto Internacional da Cidade do México, mas ainda não há informações sobre o número de feridos.

Desde o início da manhã os estudantes tentam chegar ao local para bloqueá-lo, como parte das manifestações de solidariedade aos 43 jovens que desapareceram há quase dois meses na cidade de Iguala, com participação de policiais.

Os agentes tentaram bloquear a passagem do grupo em uma avenida de acesso ao terminal e, durante alguns minutos, chegaram até mesmo a perseguir os jovens, que estavam encapuzados.

Os estudantes foram rumo à Praça das Três Culturas, ponto de encontro de um dos três grandes protestos convocados para exigir justiça no caso dos 43 desaparecidos e o fim da violência no México.

“Esse é um momento de saturação, a situação já não é sustentável. O sangue está por todos os lados, o país está infestado de corpos”, disse à Agência Efe uma universitária que participava do movimento.

Edifícios públicos e bancos do centro da capital amanheceram protegidos com cercas metálicas após a confirmação de que as manifestações ocorreriam hoje.

A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal do México iniciou uma série de operações de vigilância, segurança e controle viário nas áreas que estão sendo afetadas pela mobilização.

Esta é a quarta rodada de manifestações para exigir o retorno dos 43 jovens que desapareceram em 26 de setembro, após de uma série de ataques ordenados pelo então prefeito de Iguala, José Luis Abarca, nos quais morreram seis pessoas e outras 25 ficaram feridas.

Segundo a investigação oficial, os jovens foram detidos por policiais locais e entregues ao cartel “Guerreros Unidos”, que se encarregou de assassiná-los e incinerar os corpos para não deixar rastros. Eles acreditaram que os estudantes eram membros do grupo rival “Os Vermelhos”.

Os restos mortais encontrados pelas autoridades estão sendo analisados em um laboratório da Áustria. Os familiares e amigos dos desaparecidos disseram que não acreditarão nesta versão até que tenham provas científicas avalizadas por especialistas internacionais. EFE

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