EUA endurecem tratamento dado a haitianos que chegam ao país vindos do Brasil

  • Por Estadão Conteúdo
  • 22/09/2016 11h53
HAI18 - PUERTO PRÍNCIPE (HAITÕ), 14/06/2016.- Seguidores del partido Lavala protestan hoy, martes 14 de junio de 2016, para pedir que el presidente interino Jocelerme Privert, permanezca en el poder hasta que se repitan las elecciones en octubre, en Puerto Príncipe (Haití). El Gobierno de Haití levantó a las 05:00 hora local el toque de queda impuesto a las 22:00 de la pasada noche, con el objetivo de evitar actos violentos, debido al clima de tensión que se respira en el país, y hace ya varios días dispuso la suspensión de los permisos para portar armas. Hoy es el último día del mandato oficial del presidente provisional, Jocelerme Privert, lo que crea un situación de incertidumbre sobre el posible vacío de poder. EFE/ Bahare Khodabande EFE Haiti

O Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos afirmou, nesta quinta-feira, 22, que estava ampliando os esforços para deportar haitianos, em resposta à chegada de milhares de imigrantes da nação do Caribe em passagens fronteiriças entre o México e a Califórnia. A decisão do governo do presidente Barack Obama retira proteções especiais que protegiam os haitianos da deportação após o terremoto ocorrido no país em 2010.

Desde 2011, autoridades norte-americanas evitavam deportar haitianos a menos que eles tivessem sido cometido crimes ou representassem uma ameaça à segurança nacional. Agora, eles serão tratados como as pessoas de outros países.

O secretário de Segurança Interna, Jeh Johnson, afirmou que a nova postura não se aplica aos haitianos que receberam autorização temporária para viver e trabalhar nos EUA após o terremoto e permanecem no país desde janeiro de 2011.

A mudança pode afetar dramaticamente a situação de haitianos que têm chegado até a fronteira norte-americana na Califórnia e alegam que viviam no Brasil há vários anos, mas deixaram o País por questões econômicas, viajando pela América Central e pelo México. Autoridades de segurança disseram que cerca de 5 mil haitianos foram barrados no porto de San Ysidro, em San Diego, desde outubro, em comparação com apenas 339 no ano fiscal de 2015. Grandes contingentes também se apresentaram a inspetores dos EUA em Calexico, Califórnia, cerca de 200 quilômetros a leste de San Diego.

O influxo de pessoas é tão grande que inspetores em San Ysidro, a passagem fronteiriça mais movimentada do país, que funcionários estão cancelando reuniões já agendadas com haitianos e dizendo que eles devem voltar em data posterior. Com isso, centenas deles ficam esperando em Tijuana, no México. Muitos deles ficam em um dos cinco abrigos para imigrantes na cidade mexicana fronteiriça. O abrigo se prontificou em maio a ajudar os imigrantes.

O reverendo Pat Murphy, diretor da Casa del Migrante em Tijuana, disse que os haitianos no posto fronteiriço de San Diego não conseguiriam uma reunião com os agentes de imigração dos EUA antes de 12 de outubro. O abrigo dele recebe agora mil pessoas por mês, de 600 antes da chegada dos haitianos. Metade das pessoas no local são haitianos. Murphy disse que 90% das pessoas que chegam a seu abrigo nas últimas seis semanas são haitianos que se mudaram para o Brasil após o terremoto de 2010.

Não está claro se o Haiti está disposto a receber grandes contingentes de seus cidadãos e o quão rapidamente isso poderia ocorrer. O país deve ter eleições presidenciais em 9 de outubro. O secretário dos EUA diz que as condições melhoraram o suficiente no Haiti para que haitianos possam ser deportados, apesar das críticas de grupos pelos imigrantes. 

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