EUA inicia processo para retomar as relações diplomáticas com CUBA

  • Por Jovem Pan com informações da EFE
  • 17/12/2014 15h10
EFE EFE Presidente Barack Obama garante que Estados Unidos estão prontos para controlar ebola

Em pronunciamento na Casa Branca, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou nesta quarta-feira (17) o “fim” de uma política “obsoleta” em relação a Cuba e o início imediato de um diálogo com o país para restabelecer as relações diplomáticas entre ambos, rompidas desde 1961. O presidente pediu o início de um debate “honesto” e “sério” sobre a suspensão do embargo econômico unilateral sobre Cuba e disse que os Estados Unidos estão apoiando a democracia no país cubano.

Obama ressaltou que a retomada do debate é uma forma de “parceria” entre os países e espera que as sanções americanas não aumentem o fardo cubano. “Eu acredito que, com comprometimento, podemos discutir mais valores e ajudar a sociedade cubana a entrar no século 21”, disse.

Em reunião do Mercosul, a presidente Dilma Rousseff falou sobre essa reaproximação: “Imaginamos que nunca veríamos esse momento do início da relação entre EUA e Cuba. Esse é um momento que marca mudança na civilização nos nossos dias. Um dia que marca o restabelecimento das relações interrompidas há muitos anos.”

Em uma mesma linha, o diretor do Brazil Institute of the Woodrow Wilson International Center for Scholars, Paulo Sotero, disse que o diálogo entre os dois países representa o “reconhecimento de um equívoco histórico de uma política obsoleta e contraproducente, que isolou Cuba. É uma decisão racional e que já tardava há décadas”. 

Dentro desse processo, os Estados Unidos prevêem voltar a abrir “nos próximos meses” sua embaixada em Havana. O comentarista internacional JOVEM PAN, Caio Blinder relembrou que a decisão de reabertura da embaixada é “uma decisão do executivo” e que o presidente Barack Obama poderia atuar apenas nas “bordas do embargo”.

O presidente acredita que as medidas de aproximação são “uma ferramenta melhor que o isolamento” ao qual a ilha foi submetida nas últimas décadas. “Cuba vai se comprometer a abrir cada vez mais a sua sociedade. Nós [governo americano] achamos que os cidadãos cubanos devem ter mais espaço para discutir assuntos políticos”, afirmou Obama.

As medidas de Obama incluem, entre outras coisas, a flexibilização das restrições para viagens e o comércio entre EUA e Cuba, assim como das remessas que os cubanos recebem procedentes de território americano. “Vai ser mais fácil os americanos viajarem para Cuba, assim como os cubanos virem para os Estados Unidos. O mercado financeiro começará a ser mais aberto e Cuba se comunicará mais facilmente com os Estados Unidos e com as outras nações”, disse Obama.

Além disso, Obama pediu ao seu secretário de Estado, John Kerry, que revise a inclusão de Cuba na lista de países aos quais os Estados Unidos consideram patrocinadores do terrorismo. “Esses 53 anos mostram que isolamento não funcionam. Eu pedi que Kerry revisse essa situação de que Cuba apoiava o terrorismo”, completou.

O presidente de Cuba, Raúl Castro, agradeceu o apoio do Vaticano e do papa Francisco na “melhora das relações entre Cuba e Estados Unidos” e ao governo do Canadá por ter facilitado o diálogo de “alto nível” entre os governos dos dois países.

A histórica aproximação também foi possível graças ao acordo para que o governo de Cuba libertasse o prestador de serviços americano Alan Gross, preso em Havana há cinco anos. Gross já retornou aos Estados Unidos.

Além disso, o governo de Obama libertou três espiões cubanos do chamado grupo “Los Cinco”, que cumpriam pena nos EUA, em troca de um oficial de inteligência americana que estava há quase 20 anos preso em Cuba e cuja identidade não foi revelada.

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