EUA lançou operação de resgate na Síria pouco antes da morte de Foley

  • Por Agencia EFE
  • 21/08/2014 00h41

Cristina García Casado.

Washington, 20 ago (EFE).- Os Estados Unidos lançaram no início de julho na Síria uma operação para libertar reféns americanos que estão nas mãos do grupo jihadista Estado Islâmico (EI), mas a missão não teve sucesso porque não conseguiram acertar a localização, informou o Departamento de Defesa.

O anúncio aconteceu após as autoridades americanas confirmarem a veracidade de um vídeo no qual o grupo jihadista mostra a decapitação do jornalista James Foley, sequestrado em 2012.

“Foi uma operação por terra e ar focada em uma rede concreta do EI. Infelizmente, a missão não teve êxito porque os reféns não estavam nesse local, onde a inteligência americana pensava que estavam”, explicou em comunicado o porta-voz do Pentágono, o contra-almirante John Kirby.

O governo não detalhou quantos reféns estava dirigida a operação, nem se Foley estava entre eles, mas os jornais “Washington Post” e “New York Times” afirmaram, citando a fontes oficiais, que o jornalista teria sido um dos potenciais libertados se a missão tivesse dado certo.

Horas antes do anúncio do Pentágono, o presidente americano, Barack Obama, fez uma declaração pública breve e contundente em que garantiu que os Estados Unidos “estarão vigilantes e não descansarão para fazer o necessário para que se faça justiça” pela morte de Foley, de 40 anos.

“O presidente Obama autorizou a operação quando surgiu a oportunidade e se considerou que havia informação de inteligência suficiente”, explicou a assessora de Segurança Nacional Lisa Monaco, em comunicado.

“Dada a necessidade de proteger nossa capacidade militar, não podemos revelar detalhes desta operação. Mas o presidente não poderia estar mais orgulhoso das forças americanas que realizaram esta missão e dos profissionais de inteligência e diplomatas que apoiaram estes esforços”, acrescentou.

Foley foi sequestrado em novembro de 2012 quando se dirigia à fronteira com a Turquia, e embora a princípio tenha se pensado que era refém de milícias pró-governo, mais tarde se soube que foi detido pelos jihadistas do Estado Islâmico na Síria.

No vídeo publicado nesta terça-feira pelos extremistas, Foley se despede de sua família e acusa o governo dos EUA de ser o responsável por sua execução por causa da recente intervenção no Iraque, onde os Estados Unidos há mais de uma semana realizam ataques seletivos sobre posições do EI no norte do país.

“Como dissemos repetidamente, o governo de Estados Unidos está comprometido com a segurança e o bem-estar de seus cidadãos, particularmente dos que estão em cativeiro. Colocaremos o melhor de nossas forças militares para trazer nossos cidadãos de volta para casa”, assinalou o porta-voz do Pentágono.

“Não toleraremos o sequestro de nossa gente, e trabalharemos sem descanso para garantir a segurança de nossos cidadãos e para fazer justiça”, concluiu.

No vídeo da decapitação de Foley aparece outro jornalista americano sequestrado, Steven Joel Sotloff, cuja vida “depende da próxima decisão de Obama”, disse o carrasco na gravação.

Apesar destas ameaças, os Estados Unidos prosseguiram nesta quarta-feira sua campanha aérea contra posições jihadistas do Estado Islâmico no norte do Iraque com 14 novos ataques aéreos perto da estratégica barragem de Mossul, dentro da campanha iniciada para ajudar s tropas iraquianas a repelirem o EI. EFE

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