EUA pedem reabertura da Esplanada das Mesquitas a Israel

  • Por Agencia EFE
  • 31/10/2014 02h19

Washington, 30 out (EFE).- O secretário de Estado dos Estadis Unidos, John Kerry, pediu nesta quinta-feira que Israel reabra a Esplanada das Mesquitas e considerou que qualquer mudança no status quo desse local sagrado seria provocadora e perigosa.

“O compromisso de israelenses, palestinos e jordanianos para preservar o status quo histórico deste lugar sagrado é crucial. Qualquer decisão ou ação que o mude seria provocadora e perigosa”, considerou Kerry em comunicado.

Israel fechou nesta quinta-feira o acesso dos muçulmanos à Esplanada das Mesquitas, uma decisão sem precedentes desde a Guerra dos Seis Dias de 1967, no meio de uma crescente tensão nos bairros árabes e no centro velho da cidade santa.

“A Esplanada das Mesquitas/Monte do Templo deve reabrir para os fiéis muçulmanos, e eu apoio as práticas que houve até agora em relação aos não muçulmanos que visitam o lugar”, afirmou Kerry.

Israel ordenou o fechamento da esplanada depois que, na noite de ontem, um suposto atirador palestino tentou assassinar o rabino Yehuda Glick, de nacionalidade americana.

Glick é o líder de uma organização ultranacionalista e messiânica que promove a colonização de Jerusalém e a mudança do status quo na esplanada, o terceiro lugar mais sagrado para o Islã.

Kerry condenou a tentativa de assassinato de Glick em sua declaração e explicou que o Departamento de Estado está “em contato com as autoridades para averiguar mais informações” sobre o ocorrido.

O responsável pelas Relações Exteriores dos EUA disse estar “extremamente preocupado” com a escalada da tensão em Jerusalém “e na Esplanada das Mesquitas/Monte do Templo”.

“É absolutamente crucial que todas as partes mostrem contenção, evitem ações e discursos provocadores e preservem o status quo histórico da Esplanada das Mesquitas/Monte do Templo”, acrescentou.

Segundo a versão oficial, Mutanaz Hijazi, um ex-condenado de 32 anos membro do grupo radical palestino Jihad Islâmica, se aproximou de Glick na saída de uma conferência no centro Menachen Begin, em Jerusalém Oriental, e, após perguntar seu nome, atirou três vezes contra o religioso.

Hijazi, que trabalhava no restaurante do centro Begin, foi morto na manhã de hoje a tiros pela polícia israelense no bairro árabe de Abu Tor, onde, aparentemente, resistiu à prisão.

As autoridades israelenses alegaram “razões de segurança” para fechar totalmente a esplanada tanto aos muçulmanos como para os turistas.

Isso não ocorria desde o final de setembro de 2000, quando o então líder da direita e ex-primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, entrou na Esplanada em uma ação que foi considera o estopim da Segunda Intifada. EFE

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