Ex-chefe de Inteligência do Burundi morre ao ter veículo atacado

  • Por Agencia EFE
  • 02/08/2015 08h56

Bujumbura, 2 ago (EFE).- O ex-chefe de Inteligência do Burundi Adolphe Nshimirimana morreu neste domingo depois que seu veículo foi atacado com um projétil nesta manhã na capital do Burundi, Bujumbura, confirmaram fontes governamentais e testemunhas.

“Acabo de perder um irmão, um companheiro de luta. Triste realidade: o general Adolphe Nshimirimana já não está mais neste mundo”, lamentou o porta-voz da Presdiência Willy Nyamitwe, através de sua conta no Twitter.

“O veículo do general Adolphe Nshimirimana foi atacado com um míssil, de acordo com os primeiros dados, por volta das 8h30 (horário local, 3h30 em Brasília)”, informou a emissora local “Radio Isanganiro”.

Nshimirimana, homem de confiança do presidente Pierre Nkurunziza, morreu menos de uma semana depois que o líder burundinês foi reeleito para um terceiro mandato de cinco anos, candidatura que foi muito contestada nas ruas do país por contrariar a Constituição.

A caminhonete de Nshimirimana estava estacionada e protegida por homens fortemente armados e uniformizados quando foi atingida pelo projétil. Os moradores da região, próxima ao hospital Roi Khaled, permanecem reclusos em suas casas, relataram testemunhas à rádio local.

O militar era um dos homens mais próximos a Nkurunziza, que chegou a designá-lo pessoalmente para a execução de três freiras italianas em setembro de 2014, segundo informações reveladas pela emissora local “Radio Publique Africaine” (RPA), cujo diretor foi preso posteriormente.

Em eleições que a comunidade internacional não considerou válidas, Nkurunziza se manteve na presidência do país excedendo o número de mandatos previstos na Constituição burundinesa, um máximo de dois.

As eleições presidenciais foram realizadas em meio a um período de tensão pela onda de violência causada depois que Nkurunziza anunciou a intenção de se reeleger, contra as opiniões da oposição e de potências regionais e estrangeiras.

As revoltas populares que começaram no fim de abril para protestar contra os planos de Nkurunziza de se perpetuar no poder já custaram a vida de mais de 80 pessoas e inclusive gerou uma tentativa de golpe de estado em meados de maio.

Mais de 160 mil pessoas fugiram do Burundi por medo da repressão política e buscaram refúgio em Ruanda, Tanzânia e República Democrática do Congo, segundo dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur). EFE

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