Execução de ativista que lutava contra narcos no México provoca onda de medo

  • Por Jovem Pan
  • 23/10/2014 12h47
EFE Ativistas e familiares protestam no méxico

Depois que a ativista Maria del Rosario Fuentes Rubio foi assinada por narcotraficantes em Tamaulipas, no México, o clima no estado ficou ainda mais tenso. A região é dominada pelo Zetas e o Cartel do Golfo – dois dos mais influentes cartéis do país – que, com ineficiência do governo na proteção a população, aniquilam pessoas que decidiram lutar contra o crime organizado.

Maria del Rosario costumeiramente utilizava o Twitter e o Facebook para orientar cidadãos sobre as ações dos criminosos. Considerada uma forma de desafio à quadrilha, tuitar se tornou uma ferramenta poderosa para evitar que pessoas comuns se vissem diante de tiroteios.

A tuiteira foi assinada e teve sua imagem, considerada chocante, publicada em sua própria página no Twitter. O crime provocou uma onda de medo em ativistas que fazem o mesmo trabalho social na cidade de Tampico.

Em entrevista ao jornal norte-americano Washington Post, o ativista Eduardo Cantu contou que o assassinato de Maria del Rosario pode enfraquecer o movimento dos demais ativistas. “Eu acho que a execução da doutora é um divisor de águas nesse momento. Acho que muita gente vai repensar sobre continuar esse tipo de trabalho”.

Segundo dados da organização Repórter Sem Fronteiras, sete jornalistas morreram no México nos últimos dois anos, o que posiciona o país como “muito perigoso” para os profissionais de imprensa e ativistas contra os cartéis.

“O Repórter Sem Fronteiras está chocado pela assassinato de Maria del Rosario Fuentes Rubio e clama ao governo uma investigação que identifique os responsáveis o mais rápido possível”, disse a representante do órgão, Virginie Dangles.  

 

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