Exilados cubanos classificam de “infâmia” concessões de Obama a Raúl Castro

  • Por Agencia EFE
  • 20/12/2014 20h27

Miami (EUA.), 20 dez (EFE).- Diversas organizações do exílio cubano em Miami se concentraram neste sábado, no centro urbano da cidade, para expressar rejeição às “infames concessões” feitas pelo presidente dos EUA, Barack Obama, ao regime “tirânico de Raúl Castro”.

O protesto do exílio, que discorreu pacificamente pelo Parque de José Martí, concentrou seus principais ataques contra a “traição”, “claudicação” e “nefastas medidas” de Obama.

“Sentimos muito dor. O presidente Obama pensa que com suas medidas vai ajudar o povo de Cuba e não é assim. Isto ajuda o governo de Cuba a fortalecer e equipar sua maquinaria repressiva contra o povo cubano e a sociedade civil”, disse à Agência Efe Berta Soler, líder das Damas de Branco, que se somou pela primeira vez a um protesto do exílio em Miami.

A dissidente ressaltou o fato de que os cubanos de dentro e fora da ilha constituem “um só povo” unido pela “dor” perante o imediato restabelecimento das relações diplomáticas entre Estados Unidos e Cuba.

A concentração ocorre três dias depois que Obama anunciou o degelo e a normalização das relações entre ambas as nações, uma medida que gerou uma profunda divisão entre os que se sentem vítimas de uma “traição” e os que veem esta mudança como algo “positivo” e necessário.

Foi possível ouvir gritos como “Obama, covarde, traidor!”,”Abaixo a ditadura castrista!”, e, sobretudo, o clamor de “¡Liberdade!” e “Viva Cuba livre!”.

Para o expresso político Orestes Cervantes, que permaneceu 22 anos preso na ilha caribenha, Obama “traiu” os cubanos e “riu dos mortos cubanos e das Damas de Branco”.

Junto a ele, sua mulher, Dalia, assentia com a cabeça. “Esperamos que os congressistas americanos consigam parar as medidas de Obama”, comentou à Efe visivelmente emocionada. “Não esperávamos isto de Obama”, murmurou.

De acordo com Sylvia Iriondo, presidente do MAR por Cuba, a rejeição de sua organização ao acordo se fundamenta no fato de que o “regime cubano, como em matéria de liberdade e os direitos humanos, não fez nada”.

Trata-se, afirmou Iriondo, de uma série de “concessões unilaterais” que supõem uma “afronta à justiça, ao país, às vítimas do castrismo e, sobretudo, às aspirações democráticas do povo cubano”. EFE

emi/ff

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