França ajuda nas buscas em Mali por avião que desapareceu nesta madrugada

  • Por Agencia EFE
  • 24/07/2014 16h41

Argel, 24 jul (EFE).- Um avião da Air Algérie com 116 pessoas a bordo desapareceu na madrugada desta quinta-feira quando sobrevoava a região de Gao, no leste do Mali, e “provavelmente caiu”, segundo antecipou o governo da França, país de origem de quase metade dos passageiros.

As autoridades do Mali encontraram o que parecem ser destroços do avião desaparecido perto da cidade de Gossi, na mesma distância entre a fronteira de Burkina Fasso ao sul e a cidade de Gao ao norte, disse a polícia à Agência Efe, sem dar mais detalhes.

O avião, com 110 passageiros, 50 deles franceses, e seis tripulantes, todos espanhóis, tinha saído de Ouagadougou às 23h17 (de Brasília) e deveria aterrissar em Argel quatro horas depois, mas o rastro foi perdido às 23h55 quando sobrevoava a região de Gao, no Mali, quando houve o último contato por radar.

“Tudo faz crer que o avião caiu”, disse o presidente francês, François Hollande, que deu a ordem de mobilizar todos os meios que o país tem no Mali para buscar os destroços da aeronave.

O governo francês também enviou um avião militar C-130 e helicópteros franceses para sobrevoar o norte do Mali em busca dos destroços da MD-83, aeronave que pertence à companhia espanhola Swiftair que operava o voo para a Air Algérie.

A França tem no Mali 1.600 militares que participam da operação lançada ano passado para combater os jihadistas que controlavam o norte do país africano.

A área onde foram localizados os possíveis destroços do avião está perto de Agueloc, onde os grupos jihadistas que ainda estão no terço norte do Mali se mostraram muito ativos ultimamente, o que poderia dificultar os trabalhos de resgate.

Nenhum governo dos países envolvidos antecipou ainda uma possível causa para a queda do avião, embora a tese de mau tempo ainda seja tratada como a mais plausível.

“Não se pode excluir nenhuma hipótese”, afirmou o ministro das Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, ao ser perguntado sobre a possibilidade de uma ação terrorista, antes de especificar imediatamente que “a única certeza que temos é o alerta meteorológico”.

No Mali, uma fonte dos serviços de espionagem consultada pela Efe advertiu que “nenhuma pista deve ser excluída, inclusive a de um ataque” contra o avião da Air Algérie.

O governo malinês formou uma comissão de investigação para “reunir informação mais confiável”, e sem aventurar nenhuma hipótese.

O presidente Ibrahim Boubacar Keita considerou mortos os ocupantes do avião, ao pedir um minuto de silêncio antes de começar uma reunião com representantes da sociedade civil.

As tarefas de busca são complicadas porque sobre Bamaco e todo o norte do país há condições meteorológicas turbulentas, com fortes rajadas de vento e chuvas.

Exatamente essas condições que, segundo diversas fontes, poderiam estar por trás do possível acidente do avião, pois o piloto contatou o aeroporto de Ouagadougou, pouco após decolar, solicitando uma mudança de rota por causa das fortes chuvas.

Extraoficialmente, fontes da companhia aérea Air Algérie também acreditam que a causa foram as condições meteorológicas, segundo disseram à Agência Efe.

O ministro de Relações Exteriores da Espanha, José Manuel García-Margallo, pôs hoje à disposição da Argélia e do Mali os meios técnicos necessários para a investigação do desaparecimento e as buscas do avião.

As embaixadas da Espanha nos países cujo espaço aéreo está na rota do aparelho estão alertadas desde que se teve conhecimento do desaparecimento e seus responsáveis estão em contato com as autoridades locais para obter toda a informação que for possível.

Além dos seis tripulantes espanhóis (e não sete, como a própria companhia tinha informado previamente), a maioria dos passageiros é francesa (50 ou 51 segundo Paris), seguidos por burquinenses (24), libaneses (8) e argelinos (6).

Também havia no avião cinco canadenses, quatro alemães, dois luxemburgueses e vários passageiros individuais vindos de Mali, Bélgica, Nigéria, Camarões, Egito, Ucrânia, Romênia e Suíça, mais outros três cuja nacionalidade não está clara. EFE

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