General reformado fala em maior descontentamento entre militares venezuelanos

  • Por Agencia EFE
  • 30/01/2015 19h11

Nova York, 30 jan (EFE).- O general reformado venezuelano Antonio Rivero afirmou nesta sexta-feira que aumentou nos últimos meses o descontentamento na classe militar com a crise que seu país atravessa, apesar das medidas do presidente Nicolás Maduro para compensar os líderes militares com “privilégios e ascensão”.

“A situação de crise do país – social, política, econômica e de insegurança – afeta consideravelmente as Forças Armadas, e desse ponto de vista há um descontentamento”, afirmou Rivero em entrevista à Agência Efe em Nova York.

Rivero, que estava em paradeiro desconhecido desde fevereiro, quando as autoridades venezuelanas expediram uma ordem de prisão contra ele por sua suposta responsabilidade em casos de violência ocorridos em meio aos protestos populares, apareceu em Nova York para levar às Nações Unidas suas denúncias sobre a perseguição da qual diz ser alvo.

O militar reformado está buscando proteção da ONU, e ontem se reuniu com funcionários do escritório do secretário-geral adjunto da ONU para Direitos Humanos, Ivan Simonovic, à revelia deste último.

Rivero, um dos dirigentes da legenda opositora Vontade Popular (VP), disse que, embora esteja aposentado, ainda mantém contatos com seus colegas de armas porque integrantes de sua promoção ainda estão presentes no Alto Comando e porque recebeu relatórios de inteligência sobre como está a situação entre a classe militar.

“Os estudos de inteligência internos determinam que está extremamente elevado o descontentamento do ponto de vista da situação de crise do país”, acrescentou.

Esse descontentamento “vem se acumulando, mas aumentou especialmente nos últimos meses”, indicou.

Na entrevista, Rivero não quis dar detalhes sobre como conseguiu sair da Venezuela e chegar aos Estados Unidos, e disse que em um país no qual esteve antes e que não quis identificar, quase foi deportado, mas conseguiu convencer autoridades locais de que só estava de passagem. EFE

ag/id

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