Grécia precisa de 4 bilhões de euros em maio para cobrir necessidades

  • Por EFE
  • 24/04/2015 13h45

O premiê grego Alexis Tsipras conversou nesta sexta-feira (24) com o vicepresidente da Comissão Europeia EFE Alexis Tsipras Grécia

O ministro adjunto de Finanças da Grécia Dimitris Mardas admitiu nesta sexta-feira que o Estado vai precisar de 4 bilhões de euros em maio para cobrir a totalidade de suas obrigações.

Em entrevista à rede de televisão privada “Skai”, Mardas assinalou que até agora já pôde arrecadar 160 milhões de euros com o decreto-lei que obriga às entidades públicas, com exceção das caixas de previdência, a emprestar ao Estado – através do banco da Grécia – suas reservas líquidas, medida que provocou a ira dos municípios.

O Executivo grego espera conseguir com esta medida até 2,5 bilhões de euros.

Mardas não detalhou a que correspondem os montantes que deverão ser assinantes em maio, mas somente os salários e pensões somam mensalmente cerca de 1,1 bilhão de euros, aos quais se acrescenta no próximo mês o pagamento de em torno de 1 bilhão de euros em duas parcelas ao Fundo Monetário Internacional (FMI).

O decreto-lei provocou reações iradas dos municípios e das regiões deste país, que se opõem à forma como se administrou esta resolução legislativa que, segundo sua opinião, elimina a autonomia da administração local.

Enquanto o decreto-lei era debatido hoje no parlamento, cerca de 50 prefeitos de diferentes localidades gregas se concentraram em frente ao parlamento para protestar contra esta medida obrigatória.

“A administração local sempre cumpriu seu dever com a pátria e o fará de novo, mas devem se dar conta (os governantes) que isto só pode ser feito dentro do que é previsto pela Constituição”, declarou Yorgos Patulis, presidente da Associação dos Prefeituras da Grécia (Kede), em alusão a que a carta magna atribui ampla autonomia financeira aos municípios.

Patulis considerou positivo que os fundos destinados à limpeza dos municípios tenham ficado excluídos desta medida.

O decreto-lei exclui, além das reservas efetivas das caixas de previdência, todas as que forem necessárias para fazer pagamentos imediatos.

O porta-voz do governo, Gavriil Sakellaridis, por sua vez, em entrevista à televisão privada “Mega” lembrou que os empréstimos serão feitos ao juros vigentes no Banco da Grécia, ou seja 2,5%, e não a 1% que pagariam os bancos comerciais se o dinheiro fosse lá depositado.

Além disso, destacou, os municípios poderão retirar seus depósitos no Banco da Grécia “quando queiram”.

A Grécia enfrenta problemas graves de liquidez desde o começo de fevereiro, quando o Banco Central Europeu interrompeu o financiamento direto dos bancos gregos, que podem ter acesso a liquidez só através do mecanismo de urgência (ELA, na sigla em inglês), a um juros de 1,55%, ou seja, muito acima de 0,05% do BCE.

Além disso, o BCE rejeitou a demanda do governo grego de permitir-lhe aumentar o teto de emissão de letras de Tesouro acima do limite atual de 15 bilhões de euros.

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