Grupo islamita egípcio pede que mulheres que não se somem aos protestos

  • Por Agencia EFE
  • 27/11/2014 13h30

Cairo, 27 nov (EFE). – A organização islamita Frente Salafista pediu nesta quinta-feira que as mulheres não participem da manifestação contra o regime convocada para amanhã para evitar que sejam agredidas pelas forças de segurança.

“Pedimos a todas as mulheres honradas do Egito que tenham cuidado e não se arrisquem a sair (à rua) nestas críticas circunstâncias frente à possibilidade de que não se respeitam a integridade e a honra”, ressaltou o grupo em comunicado em sua conta no Facebook.

A Frente Salafista justificou o apelo ao fato de que “muitas milícias da segurança golpista e das forças do exército que vão ser empregadas contra os filhos da pátria”.

“Pedimos a todas as irmãs e filhas que formem grupos de apoio moral aos revolucionários, gritando Allahu Akbar (Deus é grande) e palavras de ordem das varandas de seus apartamentos, e filmem os fatos”, sugeriu o grupo.

A Frente Salafista é um agrupamento de vários predicadores e pequenos grupos islamitas, que chamou a manifestação para amanhã para “içar a bandeira da identidade islâmica no Egito, rejeitar a dominação estrangeira e derrubar o governo dos militares”.

O grupo adota uma ideologia radical e luta para aplicar de forma rigorosa a “sharia” (lei islâmica), embora não defenda abertamente o uso da violência para conseguir este fim. Participou junto a Irmandade Muçulmana em diferentes protestos que aconteceram no país contra a destituição por um golpe de Estado militar, em 3 de julho de 2013, do então presidente egípcio, o islamita Mohammed Mursi.

A polícia e o exército egípcios reforçaram seus contingentes para amanhã dispersar estas manifestações e evitar qualquer explosão de violência. Além disso, nesta semana efetuaram várias detenções de islamitas. EFE

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