Hollande tentará frear queda de popularidade em coletiva de imprensa

  • Por Agencia EFE
  • 18/09/2014 05h55

Paris, 18 set (EFE).- O presidente da França, François Hollande, oferecerá nesta quinta-feira uma entrevista coletiva na qual tentará frear a queda de sua popularidade, que alcançou um nível recorde, dois dias depois do voto de confiança obtido por seu governo.

Hollande comparece hoje a partir das 17h locais (12h de Brasília), como a cada semestre, perante 400 jornalistas diante dos quais tentará dar por liquidada a polêmica gerada pelo “livro-vingança” de sua ex-mulher, Valérie Trierweiler, e concentrar-se em seus projetos políticos e em sua ação no cenário internacional.

Fontes próximas ao chefe do Estado citadas hoje pelos jornais “Libération” e “Le Figaro” anteciparam que Hollande pretende falar de transição energética, saúde, educação, cultura, e tentará que seu discurso não fique monopolizado pela economia que tantos dissabores lhe deu nos 28 meses que está no cargo.

No entanto, não poderá escapar da questão da orientação do governo de seu primeiro-ministro, Manuel Valls, que na terça-feira obteve a confiança da Assembleia Nacional, mas com a abstenção de 30 deputados de seu próprio partido, o Socialista.

Valls, criticado nas fileiras de sua legenda por ter dado uma guinada liberal e estar privilegiando a austeridade – algo que ele nega taxativamente -, respondeu ontem com o anúncio de um rebaixamento do imposto sobre a renda do qual se beneficiarão seis milhões de contribuintes, principalmente os de baixa renda.

Hollande abordará diferentes questões internacionais, em particular o desafio dos jihadistas do Estado Islâmico (EI), que foi objeto de uma cúpula internacional organizada em Paris na segunda-feira passada, mas também a política europeia.

O presidente francês e seu primeiro-ministro não deixaram de repetir sua intenção de reorientar a União Europeia para sair da lógica da austeridade.

O problema é que a França acaba de reconhecer que voltará a descumprir seus compromissos para reduzir o déficit abaixo de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) pelo menos até 2017, dois anos mais tarde do previsto, com o que seu crédito está minguado para convencer à Alemanha, que pede rigor com as finanças públicas.

Hollande deve assim fazer frente não só a enquetes que há muitos meses lhe transformaram no presidente francês mais impopular da V República, mas às alusões cada vez mais persistentes a uma “crise de regime” e à possibilidade que não termine seu mandato. EFE

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